D'propósito

27 de junho de 2008

A paixão de uma nota só

Não são apenas os seus olhos de cobiça e seu sorriso indefinido, mas é a forma como olha para cima e para o nada, como fecha e abre os olhos lentamente. Como balança a cabeça, suinga o corpo e toca, suave as cordas que vibram e ecoam dentro de mim. É como você levanta o instrumento que imitam as curvas do corpo feminino e trata com carinho. É como você desliza os dedos no braço do violão. É como você movimenta os lábios e não sorri, concentra-se no espetáculo que é só seu. É como domina os acordes, as notas e todas as músicas. É como você ameaça o riso ao fim de cada música e termina com graça, pedindo para escolher outra, e imediatamente tocando. É como você guarda o violão para me guardar, é como você não deixa de tocar. E é principalmente, a forma como você chega com a música e vai embora com o silêncio, ressoando em mim uma nota só.

26 de junho de 2008

Filosofia em comum

Há dois anos tive o privilégio de trocar pela primeira vez, belas palavras com a filósofa Marcia Tiburi, que antes de ser uma Saia Justa, já a conhecia por seu trabalho no Café Filosófico da TV Cultura. A mulher que tem as palavras certeiras e transforma a filosofia em algo comum - como o título do seu livro e deste post - tem também uma memória de elefante.
Na noite de ontem fui ao lançamento de seu livro na academia de cinema; quando cheguei para Marcia autografar, a simpática filósofa disse:

- De onde nos conhecemos mesmo?
- Você não vai se lembrar....
- Mas você não me é estranha.
- Nos falamos na bienal de 2006, quando eu...
- Sei, sei. Lembro de você.

Eu nem precisei terminar de contar a história que ela já se lembrou. Sensacional.

- Lembra? Mas faz tanto tempo...
- Você engordou!
- É, engordei. E acho que a quantidade de blusas ajuda.
- Mas você está melhor agora, mais bonita.
- Mesmo? Obrigada!

E na simpatia, sinceridade e memória que é só dela, Marcia Tiburi ainda topou um pedido meu, que quando acontecer, eu venho contar aqui. Segundo Marcia, a Filosofia em comum – para ler-junto – é um livro, que de fato, é para ler junto. Porém, agora, eu vou ler sozinha, depois eu divido com você, com ela e com ele.


Filosofando com a Marcia em 2006



E cá nós em junho de 2008 - numa fase melhorada. ;)

23 de junho de 2008

Quimera

Há muito tempo Estela não sonhava com ele, não sonhava com outro, não sonhava com nada e ninguém. O sono das noites era escuro, feito o azul onde as estrelas se destacam.

Em uma noite de lua cheia Estela surpreendeu-se; depois de meses sem ver cores e imagens durante o sono, sonhou novamente com o que sonhara acordada todos os dias: ele. O rapaz dos sonhos aparecera durante a noite, carregado de chocolates e palavras que só o seu sotaque seria capaz de convencê-la. Mas ela não ouvia o sotaque, o sonho era mudo, feito o cinema de Charles Chaplin.

Ele pedia para ficar com Estela, e ela como quem não ouve, fingiu não entender seu pedido. Deixou para os sonhos. Quando acordou, Rita Lee tocava no rádio Amor e Sexo, a música que definia bem as escolhas na sua vida de novela e os seus sonhos de cinema.


20 de junho de 2008

Pequenos fundamentos

Ética e moral sempre foram um problema para mim. Não só pelas suas definições e também não que eu não as tenha, afinal, “todo cidadão tem ética, até o antiético”, como bem afirmou o filósofo e professor Mario Sérgio Cortela, em entrevista no Jô, nesta exata madrugada. Mas a questão é que elas (a ética e a moral) sempre foram testadas a mim em público e por mestres.

A primeira nem era tão mestre assim, mas enfim, damos o devido respeito. Uma professora em tempos de ginásio e colégio sempre colocou minha ética em questão. Sem medo de me influenciar para o mal, dizia frente aos meus colegas de sala o seguinte argumento:

- Camila, eu te conheço, você será do tipo que sempre que tiver oportunidade vai passar a rasteira no seu colega.

Eu, naturalmente, ficava indignada. Pensava que devia é passar a rasteira na perna gorda dela. Mas mesmo com minha moral afetada, negava e prometi ser uma boa pessoa e profissional. Eu não sei para quem eu prometi e quando, mas até agora tenho sido bacana, acho. (Que diga o contrário quem discorde.).

Depois o Mestre – com direito a letra maiúscula - por ter sido um dos melhores professores a me formar, lança, também para uma sala cheia de aspirantes a jornalistas que eu não tinha ética.
Bem, claro que não foi exatamente assim, frio. Primeiro ele fez um suspense, como sempre costumava comentar as melhores e as piores matérias – sem identificar o autor – para toda a sala. A minha não escaparia das críticas, e assim como todos os outros alunos, ficaria calada, porque ninguém ousava pronunciar-se como dono do desastre ou mesmo da glória da matéria que de vez em quando acontecia.
Numa pilha sobre a mesa que ia diminuindo a cada comentário, a minha nunca chegava. Quando se aproximava do final com mais da metade já explanada pelo professor, ele resgata uma folha e diz:

- Essa tem que ficar pro final.

Arregalei os olhos e temi que fosse a minha. Mas medo não foi o suficiente para evitar, era de fato, a minha reportagem. Na verdade, uma denuncia sobre doação de sangue do hospital das clinicas e outras casas de saúde.

Em tom dramático e um pouco assustador, meu querido LM, sem dizer meu nome e após ter explicado para a sala o que se tratava a matéria, ele diz em grande e violento estilo.

- Me surpreende que um aluno de segundo ano de jornalismo tenha essa audácia, no entanto, este aluno(a) não tem ética nenhuma.

Pronto, ele partiu meu coração. Isso porque eu havia revelado a fonte que me deu todas as informações sobre a máfia de tráfico de sangue dos hospitais. Eu, como uma mera aprendiz e também por ser apenas mais um trabalho de faculdade, achei que não teria problema revelar a fonte. E nesse caso tinha.
Com os comentários sobre a minha ética duvidosa que o professor colocava em questão, eu não me agüentei e disse:

- Professor, essa matéria é minha!

De repente um “ah!”, misturado com um “nossa” na sala – do tipo, meu Deus, ela se revelou. Não podia deixar ele falar sobre mim assim, sem nenhuma explicação de minha parte.

- Ótimo, e me surpreende de novo que tenha tido coragem para se revelar.

- Sim, porque obviamente, a minha ética nessa reportagem não foi intencional. Disse o nome da fonte, para comprovar o que dizia e não me achar uma mentirosa, até porque eu não sabia da existência desse risco antiético, logo não sou antiética. Foi sem-querer.

Com meu olhar de cachorro arrependido, ele me perdoou e ainda levei alguns elogios.

Desde que entrei para a faculdade e o mercado de trabalho, a minha ética foi testada algumas vezes. Até hoje enquanto soube da existência dela (a ética), mantive a minha moral; porque a moral é pratica da ética.
Isso só para dizer, que inspirada na prova de Ética do Jornalismo que realizei hoje, a professora lá do meu colégio estava enganada quanto a mim. Assim como ética modifica-se conforme o hábitos da sociedade, hoje ela teria que mudar sua visão/opinião sobre a minha ética e moral. Até então não passei rasteira em ninguém e não pretendo, porque já aprendi tudo sobre esses fundamentos com o Luís Mauro.

Mas aí, se tem uma coisa que não achei nada ético na prova, é a professora perguntar qual a objetividade da expressão “todo dever-se junto no ser”. Assim minha moral baixa. Sacanagem.

19 de junho de 2008

CV de exemplo

O melhor de Rosana Herman. Ela chegou ao apogeu com o seu blog querido leitor, eu já tenho um blog, mas ainda não vi o apogeu.




;)

17 de junho de 2008

Relação - parte II

- Por favor, me dá um pouco de suco de laranja.
- Tá na geladeira.
- Sim, mas eu pedi pra você pegar.
- Já conhece o caminho da geladeira.
- Mas não gosto de abrir a geladeira dos outros.
- Eu não sou outro...
- Não.
- E você não é visita.
- Mas também não sou da casa.
- E?
- Abro só a geladeira da minha casa.
- Você dorme na minha cama e não quer abrir minha geladeira?
- Estúpido
- Preguiçosa
- Insensível
- Bravinha

Um minuto de silêncio e...

- Estou pensando em te esquecer.
- Quando?
- Não sei.
- Enquanto isso, deita aqui.
- Por quê?
- Estou com frio.
- Mas, e quanto ao suco?
- Esquece o suco.
- Tá vendo, eu faço o que você pede. Custava fazer também?
- Ssshh! Quietinha, tô te aquecendo.
- Mas eu não tô com frio.
- Não importa.
- E o que importa?
- Que tudo tem seu tempo, até o de me esquecer.

14 de junho de 2008

A voz do morro e a bossa paulista

Desde que me encontrei no samba e virei Mangueira, acompanhei o interprete da escola verde e rosa. O sambista que gravou 25 discos e tinha a mania de usar elásticos presos entre os dedos, foi o único até hoje, a recusar o selinho da Hebe. Pelo talento e irreverência, Jamelão agora vira patrimônio tombado do samba carioca e deixa de ser estrela aqui para brilhar lá em cima.



E nessa semana, Jamelão não foi o único a pedir licença para os santos e brilhar mais forte. Uma bossa novista cheia de talento que conservava a alegria no corpo e alma deu passagem para saudade. Mônica Ramos, cantora e compositora teve câncer de mama e não resistiu às quimioterapias. Mesmo com a doença, Mônica sempre demonstrou força e alegria, foi assim que ela prometeu sua presença e música no aniversário do D’propósito em agosto. Mas com certeza ela estará presente, feito o presente que me deu quando disse que gravaria a música Teus Segredos, porque era a minha preferida. Mônica já deixou saudade, mas eu a resgato em suas músicas e história aqui e aqui.


Teus Segredos - Mônica Ramos

11 de junho de 2008

Duas amigas e uma dose de humor

- Camila, vem cá, me explica uma coisa.
- Sim...
- O que você tem que os gordinhos gostam tanto?
- Hahaha, sei lá Alline.
- Acho que eles têm você como meta.
- Meta? Uma pessoa diria outra coisa.
- O que?
- Nada, continua...
- Então, acho que eles têm você como meta. Porque é assim, toda no lugarzinho, esbelta...
- Sim, e daí?
- A meta deles é ser magra que nem você.

Imediatamente ela solta uma gargalhada escandalosa, qual só ela vê graça na piada.

- Alline, eu não quero ser igual a eles, no entanto...
- Ai meu Deus, no entanto...
- No entanto, eu gosto dos gordinhos! Prontofalei.

Mais risos meu e dela e...

- Você sempre me surpreende.
- Preconceito seu. Alguns gordinhos são fofos, uns quilos a mais, às vezes, não atrapalham em nada.
- Não?

E mais gargalhada dela completando em grande estilo.

- Eu quero um homem que possa beijar e trepar ao mesmo tempo.

Aí não deu. Caí da cadeira de tanto rir e gritei:

- Viva as teorias Maias!

O resto da conversa ficou muito além para um blog. Mas entenda aqui as teorias acima do peso, baseadas nos estudos Maia. Fundamental.

Vai!

Há pessoas que demoram a perceber que já saíram de nossas vidas, antes mesmo de ir embora, ou nosso eu/sentimento partir, deixar de existir, enquanto dois.



Agora sou eu. Vai. Sai!

Alguém socorre a Zileide

Tive vontade de rir, mas eu fiquei com dó. Afinal, isso a gente não deseja nem para um inimigo, quanto mais pra bacana da Zileide Silva, que veio lá de Brasília pra pagar esse mico e erro.
Eu já aprendi em telejornalismo e agora tenho certeza: sempre, por toda a eternidade, acompanhe a lauda com o TP, para não acontecer isso...



Tadinha da Zileide...perdida, pedida.

10 de junho de 2008

Um minuto de sua atenção

Agora o D’propósito tem uma nova seção: Minuto a minuto. Além de poder ler o cotidiano aqui neste espaço, você também pode acompanhar as novidades, olhares, risos, percepções, pensamentos e notícias, no Minuto a minuto, que está no lado direito da tela, abaixo do meu perfil.
A idéia e objetivo principal é não desplugar deste blog. Independente de onde estiver, direto do meu celular, posso mandar meus propósitos com o limite de 140 caracteres para cá.

Então, não desligue do D’propósito.

Beijo, axé, saravá e sorrisos largos.

8 de junho de 2008

Um sábado de estepe lesado

Todo carro tem o estepe como equipamento. Na bolsa ou no celular de uma mulher, não é diferente. O problema é quando esse estepe não funciona, principalmente num sábado de lua nova. Na verdade, a lua nada tem com isso, acho. A lua só influenciou porque ia cortar o cabelo e minha mãe disse, “não! Lua nova não é lua boa para cortar”.

Então, com os cabelos de sempre, depois de uma semana difícil e um sábado razoável de trabalho decidi: hoje eu não fico em casa. Decisão essa tomada às 21h, depois da indecisão de um filho da mãe que tem o poder de me prender como nem minha mãe e meu pai conseguiram a vida toda. Mas como uma garota de 19 anos, resolvi ser como uma garota normal de 19 anos; sair para uma baladinha qualquer e me divertir.

Primeiro liguei para o Magno e aceite a proposta da festinha. Legal. Arrumei-me e fiquei toda bonita, na esperança que o telefone tocasse sendo o filho da mãe para me fazer desistir dizendo: estou te esperando aqui embaixo. Mas como sempre meus desejos são mal interpretados, o telefone tocou e era o próprio Magno dizendo que a festa estava terminando, quando eu já estava a caminho. Aproximava-se da meia-noite quando soube desta má notícia. Porém, como uma menina moça decida a sair continuei o destino – sem destino.

Equipada com meu carro de ano 88, liguei para o primeiro e principal estepe, que estava inutilizável pro meu carrinho. Segunda ligação, estepe já ocupado. No terceiro estepe com o carro cheio de vários outros estepes, me informam que não havia estacionamento para o meu Fusca, o que simplesmente significa, que não tinha mais convite para mim na festinha dos casperianos.

Para rir e não chorar liguei para o amigo de todas as horas e perguntei se ele recomendava/lembrava algum outro estepe, até porque, da fruta que eu gosto, ele chupa e joga o caroço na terra para nascer mais; além de ter uma memória ótima.
Com todas as opções falidas, voltei para casa necessitando renovar os equipamentos do meu carro, que ultimamente só tem me guiado a furadas.

Com uma amiga entregue para Deus e ao casamento, uma filosofando em terras de São Tomé das letras, outra piriguetiando demais, um dançando em Campinas e outro voltando de Osasco, me vi obrigada a retornar para casa.

Com meus créditos no fim, não-seria-tão-necessitada para pagar o mico de mais uma ligação com um convite parecendo indecente. Afinal, ligando depois da meia-noite, meus estepes vão achar que eu queria de fato algo mais profundo do que companhia, cerveja e boas risadas. Com o estepe principal eu até topava uns sorrisos e umas gargalhadas mais longas, mas esse pampa já está velho e na hora de trocar. No entanto, como qualquer estepe, devo deixar guardado, fazer o backup. Até porque, mesmo que nunca use é sempre bom guardar o equipamento amigo; a gente nunca sabe quando vai pegar uma estrada pouco pavimentada, num sábado à noite e usar em um automóvel precisando de revisão.

4 de junho de 2008

Ventura

Independente do que aconteça, a sorte sempre bate à porta, me encontra na rua ou toca no telefone. É a oportunidade de novo.

3 de junho de 2008

Santa do pau pouco oco

Ela nunca foi santa apesar de ter cara de anjo. Quando veio ao mundo com cabelos enrolados e loiros - sim, Deus existe e a menina com descendência africana, índia e portuguesa, já foi loira e de cabelos enrolados.
Com os dias de vida a seguir, a cor castanha predominou suas madeixas, de maneira que ela os mantém até hoje. Depois eliminou as ondas, o cabelo liso combina mais com seu traço de falsa mestiça, como uma velha e nova paixão a define. Apesar de seu rosto angelical na infância, a garota já escondia as pequenas e divertidas maldades que faria na vida.


A primeira foi com um ano e alguns meses de vida, quando ainda não andava, só engatinhava. Isso até sentir o cheiro do perigo no território familiar. Seu primo que acabara de chegar da maternidade, estava sozinho no quarto e deitado sobre a cama; enciumada com a presença do garotinho, pela primeira vez caminhou e pegou-o pelas pernas e foi puxando até o saco de lixo. A mãe do garoto viu e impediu o ato criminal da menininha, que com pouca idade já revelava uma mente tendenciosa e astuta.

Ela cresceu e as maiores maldades eram feitas só com o irmão, que mesmo sendo mais velho, apanhava dela. Quando ele se tornou esperto feito ela – ou algo próximo a isso - a socou por tudo que o fez sofrer. Sem problemas, ela gritou pela mãe e tudo resolvido.

No colégio fez maldade com professor e com amigos. Na quinta série quase matou uma professora de 50 anos do coração e fez outra mais tarde chorar feito criança, por uma resposta torta e sincera que a garota deu. A menina ficou com sentimento de culpa e comprou dois chocolates para professora chorona, mas resolveu ficar com um.

Com os amigos aprontou várias dentro da sala de aula. Fez testes de resistência com os que queriam entrar no grupo e ganhar a considerável medalha de amigo. O lema era: eu danço pelo meu amigo e Hakuna Matata; concordando com isso estava dentro. Mesmo sacaneando todos, nunca os abandonou, nem mesmo nas provas de literatura e gramática.

Ainda que, com boas notas, vez ou outra era acusada de má influencia, nunca havia roubado, ou induzido às boas almas para o mau caminho, sabia qual era a ética. Até dentro de campo ela era ética. Batia um bolão, de meia-esquerda no campo, até pivô no salão. O futebol a representava, ela era sarcástica, mas fiel. Abusada, mas honesta.

Assim foi até partir para a vida adulta, quando conheceu dois homens, que sabe-se lá como, arrancou-lhe a essência cruel. A garota, de repente perdoava todos, aceitava tudo para evitar brigas. Ela que um dia preferiu ser vista como agressiva à conformista, mudou a opinião. Preferia a cautela e o tempo.

E, em tão pouco tempo a garota que tinha um Q de maldadizinha divertida, tornou-se santa do pau quase ou pouco oco. Ninguém acreditava na sua mudança, até que ela foi trapaceada duas vezes e não matou, não se vingou, nem sentiu ódio dos malfeitores. Quando notou isso, percebeu que estava boa demais, e toda essência de menina aspirante a cruel tornou-se sagacidade. Aí compreendeu que ninguém é totalmente bom nem totalmente ruim. Mas teve a certeza que quando era má ou fazia as maldades infantis, sofria bem menos. Achou essa coisa de gente grande muito complicada pra quem não é santa, e também não é oca.