D'propósito

26 de dezembro de 2008

Enfim, ano velho.

A luz pisca-pisca, a barriga cheia depois da ceia e alguns presentes e ligações trocadas deixam claro que o natal passou e o ano está a meio passo de terminar. E, mesmo quem não gosta ou não dá importância para as festas de fim de ano, acaba, que por um minuto ou dois, nostálgico e pensativo no ano que vai se tornando passado. Eu, por exemplo, não sou a maior fã dessas festas. A começar que tudo entra em recesso, e eu sou do tipo que gosta exatamente de tudo funcionando 24h por dia (paulistana, né?!). Nessa época até a caixa de e-mail parece que não funciona, de tão vazia que fica.

Então, restando apenas a atividade de comer muito, beber muito e não fazer nada, o que sobra é pensar na retrospectiva do ano, que como os atletas na Olimpíada eu tive que suar muito a camisa. O ano começou comovente, misturando choro e riso e prometendo fortes emoções e susto pra esse coração que sofre de sopro.

Além de emoção foi um ano de mudanças. Terminei meu namoro depois de um ano casada, mudei meu horário da faculdade para o noturno por causa do emprego, que começou bacana, e me proporcionou a viagem a minha terra d’alma e a possibilidade de conhecer pessoas queridas. Com o tempo o trabalho ficou chato e a faculdade insuportável. Minha sala continha um número abusivo de pessoas mal resolvidas, competitivas, pretensiosas e fofoqueiras.

Decidida a mudar de emprego pra não enfrentar o clima noturno da faculdade, eu fui mandada embora (meu chefe foi mais rápido do que eu), meu blog foi excluído, e coloquei um ponto final com a pessoa que era entre as mais importantes da minha vida. E por fim fechei com notas vermelhas na maior parte das matérias.

Eu teria motivo suficiente pra matar alguém ou me jogar na linha no metrô. Mas é claro que isso não ia acontecer, porque mesmo sem emprego e quase desistindo do jornalismo, eu ainda tinha amigos e estava apaixonada e vivendo um simpático romance. Logo, levei tudo no maior pensamento positivo. Funcionou.

Rapidamente eu arrumei um freela, e com o freela outro emprego que me fazia viajar todos os dias até Alphaville. Não gostei do emprego e das pessoas - a única coisa boa que tinha era o vale-refeição de R$ 17 que me fez engordar quatro quilos. Com tanto prejuízo pro meu humor e corpo, decidi ficar desempregada de novo.


Depois, forjei o teste para trabalhar no Jornal do Grande ABC quando soube que o salário não pagaria nem minhas dívidas. Respondi tudo errado na prova pra evitar qualquer tipo de ligação e o constrangimento de dizer não. (Já aconteceu isso antes; a mulher que me entrevistou ligou me chamando pra trabalhar e eu disse que não, pelo mesmo motivo: salário. E estupidamente ela respondeu “Então porque foi que você veio até aqui?” Dã, porque só me falaram a bosta do salário depois).

Passado os apuros da procura ao emprego legal, fiz a festa de um ano do blog com os últimos trocados que me restou. Valeu a pena, além de reunir os amigos, Rosana Herman deu esse espaço ao D’propósito em seu blog, que me trouxe leitores muito queridos.

E por falar em leitores, esse ano conheci pessoalmente amigos leitores que se tornaram amigos reais. E outra que ainda não conheci por causa da distância, é a Thaís Felício que vem de terras espanholas se fazer tão presente aqui e, agora, no meu dia-a-dia.

Por fim, recuperei todas as minhas notas na faculdade, passei no espanhol, fiz novos amigos, revi valores, revivi amores, ultrapassei limites, arrisquei a verdade, escrevi ficção, troquei de celular, viajei à Bahia, compus música, cantei, fiz parcerias ótimas com a Roberta, me apaixonei e desapaixonei pela mesma pessoas algumas 453 vezes, conheci a Tati Bernardi, paguei minhas dívidas, quase desisti do jornalismo (da profissão, não do curso), mas o meu sonho desde a época do colégio não permitiu tal catástrofe e está se realizando no lugar que eu sempre desejei trabalhar. Depois de um 2008 turbulento e de pequenas doses de susto para o coração, eu termino satisfeita e, não anseio nada para 2009 do que senão, viver. Na verdade, como cantou Caetano, “quero que tudo saia como som de Tim Maia, sem grilo de mim, sem desespero, sem tédio, sem fim”.

A vida prega várias peças com personagens que se fazem novos a cada ato, e para atuar bem, eu aprendi que é preciso viver do improviso e aceitar sempre recomeçar. Essa é a palavra: (re)começar.


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Pra fechar o ano eu coloquei uma rádio aqui no D’propósito. Está no lado direito logo abaixo do “Minuto a Minuto”. Só clicar no play pra trilha rodar. A cada semana vou trocar as músicas, e se você quiser d’propositar sua música aqui, fique à vontade. O espaço é nosso. Deixe o palpite e espere tocar !

23 de dezembro de 2008

Caos

O que me perturba
não é o barulho que você provoca dentro de mim.
É o silêncio que causa
quando vai embora.

22/10/08

22 de dezembro de 2008

Ponto

Fim de ano aparecem todas as mensagens mais positivas pra mostrar, que de alguma forma seu ano valeu a pena, ou que o ano por vir pode ser de todas as realizações que não fez agora. Mas, sempre tem algum que foge do padrão 'mensagens-bonitinhas' para ser um pouco mais. A animação abaixo eu achei diferente, atrativa e positiva. Mostrando que tudo começa de um ponto.
A campanha é do site Personare.


14 de dezembro de 2008

Instante

Sentimento, ainda que sem nome, tem que ser mostrado, ilustrado, escrito ao mundo, foi assim que aprendi com os poetas e poetinhas. Mas como em toda ação, teoria é uma coisa e prática é outra. Natural. E apesar de muito teorizar e pouco praticar essa ação, que mais do que revelar o sentimento ao mundo é ter coragem de expor a emoção a quem lhe pertence ou é direcionado, eu me arrisquei e fui à prática.

Bêbada das palavras de um poetinha, beliscando a força de Bethânia e digerindo toda a inspiração de Carpinejar, atravessei a cidade com um único objetivo: viver. Fosse o que fosse. Se fosse pra ser o sorriso, a dor, a ingratidão, a indiferença, o choro, a paixão. Eu fui para o inesperado. Decidi não planejar nada e insistir no sentimento que é meu. Amar, ser apaixonado ou gostar de alguém, sempre deixa o pressuposto de que o outro alguém retribua o sentimento na mesma intensidade. Não. Não tem que ser assim. O sentimento não precisa ser uma troca, as relações sim. Fora isso, o sentimento tem apenas que ser, como quem o carrega. Porque ser é tudo, ou o necessário para que em alguma hora a razão dê sua licença e, então, a emoção faça sua graça. Herman Hesse já eternizou que, “ser é ousar ser”; e viver de emoção não é mais do que senão ousar.

Ousei. Senti. Esperei. Olhei. Toquei. Não falhei. Falei. As palavras vieram naturalmente, como acontece nas conversas entre os melhores amigos. Não usei expressões apaixonantes, meu corpo respondeu apaixonado e sem medo, minha boca sorriu e os olhos transbordaram de emoção, porque minha insistência, que antes, foi tão prejudicial, agora foi o remédio pra curar a insegurança do sentimento de nome paixão.

Mas só fui tomada de paixão, porque na bula do remédio estava escrito, “declare-se apaixonado antecipadamente. Depois encontre um jeito de pagar. Ame por empréstimo. Ame devendo. Ame falindo. Mas não crie arrependimentos por aquilo que não foi feito. Sejamos mais reais em nossas dores. Tudo o que não aconteceu é perfeito. Dê chance para a imperfeição. Insista”. *
Não havia como não ser diferente, dei chance para a imperfeição e fui feliz, pelo menos naquele instante. Minha ação cheia de sentimentos não vai mudar as ações humanas nem transformar a realidade dos dias seguintes no sonho que foi aquela noite de música e certeza, que para viver grandes emoções basta dar chance ao imprevisto.


A vida segue, a história continua sendo escrita e a música toca no show para fazer trilha das lágrimas que escorreram com a emoção do instante, que acima de tudo, é meu.
A música diz mais sobre tudo, sobre nós.



* trecho do livro Canalha!, de Fabrício Carpinejar.


10 de dezembro de 2008

Para não dizer nada

O tempo de ficar e ir é determinado pelas batidas frenéticas de nossas artérias levando mensagens do coração ao cérebro. Quando o tempo é ficar, a batida começa a pulsar forte no coração, em seguida reage no suor das mãos, nos passos rápidos das pernas para o encontro, no sorriso largo constante, e nos olhos que fixam a outros. Com o tempo a batida cessa, as mãos podem não suar, as pernas podem caminhar antes de correr, os sorrisos... serão sorrisos, e os olhos a única fonte de verdade ou dúvida para quem não sabe o tempo de ficar. Porque ficar é muito mais difícil do que ir. Partir é o caminho mais fácil pra quem quer (deixa) a ausência e a saudade como lembrança.

O tempo de ficar e ir, por ora, são apontados por batidas. Quando não do coração, a do relógio que dá a sua hora no tempo em dizer:

- até logo.

25 de novembro de 2008

19 de novembro de 2008

Pela madrugada...

Vi no calaboca que eu tô falando, que viu na Zel. Enfim, achei divertido e quis fazer também. É bom pra passar minha insônia.

Onde está seu celular? Em cima da mesa - na minha frente.
E o amado? Hmm, na casa dele, acho.
Cor do cabelo? Castanho natural
Sua mãe? Na cama
Seu pai? Na cama também, mas não na da minha mãe. Enfim, na casa dele.
Minhas irmãs? Não tenho, serve irmão ?! Na casa da namorada.
Seu filho? tá no útero (brincadeira)
O que mais gosta de fazer? Comer e dormir, tudo ouvindo música.
O que você sonhou na noite passada? Não lembro.
Onde você está? No meu quarto - com insônia
Onde você gostaria de estar agora? Aqui mesmo.
Onde você gostaria de estar daqui a seis anos? Em Pinheiros ou Higienópolis, sempre achei um lugar legal pra se morar.
Onde você estava há seis anos? Na 8ª série, meudeus !
Onde você estava na noite passada? Aqui neste mesmo lugar.
O que você não é? preconceituosa
O que você é? determinada
Objeto do desejo? é melhor eu não contar, vai que tem olho gordo...
O que vai comprar hoje? cerveja, pra comemorar o TCC do Júlio.
Qual sua última compra? um salgado na faculdade
A última coisa que você fez? Jantei - pela 2ª vez.
O que você está usando? Calça jeans e uma blusa vermelha de retalho (linda)
Na TV? hoje foi a Novela 'A favorita', Vitrine e Jô, mas não desplugo do Saia Justa e o Canal Brasil
Seu cachorro? Dei banho nele hoje, é um cocker.
Seu computador? Confesso que queria um novo.
Seu humor? Bom, raramente fico mal-humorada.
Com saudades de Alguém? Do Rodrigo, do Harry e do Pedro
Seu carro? Não tenho, mas quero um fusca vinho ou verde, com bancos de couro branco - todo reformado
Perfume que está usando? Royalti, Boticário.
Última coisa que comeu? Arroz, feijão, peixe, legumes e salada. ah, e chocolate.
Fome de quê? Da comida baiana, ou da minha vó.
Preguiça de? Fazer mais um ano de faculdade.
Próxima coisa que pretende comprar? Um relógio e um óculos de sol.
Seu verão? Espero que seja melhor que o outono e o inverno.
Ama alguém? Claro, amo muito.
Quando foi a última vez que deu uma gargalhada? gargalho todos os dias, é inevitável. Mas a útlima deve ter sido há uns 30 minutos, vendo TV.
Quando chorou pela última vez? ixi, não lembro. Não tenho o costume de chorar. Quando era criança e fazia birra minha mãe dizia, "engole o choro!". Acostumei e engoli.

17 de novembro de 2008

Mulher decente gosta de homem sacana

Que os homens são todos iguais, boa parte do mundo já sabe, as mulheres estão cansadas de dizer e os homens exaustos em ouvir. O que tornaria muito natural e óbvio dizer que a diferença entre um homem e outro é nenhuma. Errado! É claro que há diferença, afinal, nenhum homem é igual ao outro, podem até ser parecidos, mas o que lhes diferenciam é o grau de cafajestagem e canalhice de cada um.

Se você não for do tipo piriguete, no começo e até, provavelmente, no meio da relação todos eles serão legais, fofos, bacanas e um amor com as mulheres ofensivas e decentes. Sim, essa coisa de mulher inofensiva ficou para o tempo da minha bisavó, porque até minha avó já botou homem para correr, e gostou mesmo do homem que não valia nada – vulgo mulherengo e meu avô.

Mas sem entrar no ramo familiar, eu continuo com os homens que valem muito ou nada – o que pode ser a mesma coisa. Homem romanticozinho é legal, até a página dois. Depois disso, enche o saco. Muito romance deixa a relação doce demais, o que só pode dar em um resultado: enjôo. Além do que, homens muito fofos deixam suspeitas, pode desconfiar, ou é gay, ou bissexual ou um tremendo cafajeste. E entre as três opções se tiver que escolher, não escolha nenhuma delas. Escolha o canalha, que apesar de se parecer muito com o cafajeste, não estão na mesma classe, não tem a mesma qualificação. Até porque, já que é pra escolher um homem sacana então fique com um original: os canalhas.
Explico.

Como disse acima, é claro que homens não são iguais – apesar de parecerem-, existem dois tipos de homens: os canalhas e os cafajestes. Ponto. Até os machos que são exceção à regra têm a tendência genuína de cair para as qualificações que disse e descrevo agora.

Começando pelos cafajestes, que é a classe que mais faz sujeiras com as mulheres, isso porque o cafajeste é o cara que engana sua parceira com juras de desejo (nem falo de amor) enquanto tem outra, e também engana a dita cuja que é a outra. Esses cafas vão enganar até a mãe e quantas mulheres tiverem. Ele diz que liga e não liga. Diz que vai e não vai. Diz que é solteiro e não é. E por aí vai. O cafajeste pode até cumprir sua função de homem – usando de um pensamento bem machista -, mas ele não é justo com nenhum ser do sexo feminino, logo, merece o desprezo.

Mas, depois do cafajeste ainda tem o canalha, que como o cafa, pode ser um tremendo mulherengo e não valer nada do mesmo jeito. Porém, ele usa da verdade nada além da verdade e diz para sua parceira, ou mulher-lanchinho (isso dá um post à parte pra explicar), que estão ali nada mais do que senão para se divertirem. Ele vai levar a mulher pra sair, dar risada, perder meia-horinha e depois ser livre de novo. O canalha usa a mulher, mas deixa isso claro pra moça; a partir daí vai da mulher manter o relacionamento (de diversão) com o canalha ou não. Porque diferente do cafajeste que engana, o canalha dificilmente vai se meter em um relacionamento, o rapaz canalha normalmente costuma ser mais resistente. Mas se até a água mole fura a pedra dura, é claro que uma mulher não-muito-mole, pode furar o coração duro de um canalha.

Isso não são palavras de esperança para as gurias que sonham em amarrar seus canalhas ou cafajestes oficiais, não. Mas é só pra mostrar que mesmo sonhando com o cara romântico, compreensível, inteligente, bonito e todo bacana, mulher decente gosta mesmo de homem cafajeste e canalha (que podem carregar várias qualidades, mas exercem a função e assumem cada um seu posto) o que resume no homem sacana. Afinal, o cara perfeito está longe de aparecer e tem mais: o canalha e o cafa, nunca, mas nunca ficam (namoram/casam) com a mulher safa ou piriguete para os dias atuais. Porque apesar de enganarem, eles nunca vão admitir a situação de serem enganados, e assim como os cafajestes e canalhas, as piriguetes resolvem bem o que as mulheres decentes e apaixonadas não fazem com os sacanas. E, se de fato toda regra tem sua exceção, nesse caso a exceção está à parte. Parte que eu ainda não encontrei, nem mesmo pra estudo ou teorias.

ps. A teoria é baseada nos depoimentos das meninas do programa Saia Justa e no meu conhecimento empírico, claro.
ps.2. Esse post é nada mais, senão pra convencer alguém - porque quero muito ler o livro Canalha!, do Fabrício Carpinejar, se algum leitor(a) estiver disposto a me dar, entre em contato ;)

10 de novembro de 2008

Na fila do xerox

Final de ano e semestre faz das copiadoras e lugares apertados que tem a placa “Xerox” se tornaram a glória de alunos como eu, que preferem ouvir a escrever. Tenho o mal da preguiça de copiar lição da lousa, a vida toda foi assim. No colégio, minhas amigas, em especial a Thaís – que como uma mãe – copiava a lição dela e em seguida a minha, sem cobrar nada, fazia por puro carinho mesmo.
Mal acostumada, cheguei na universidade e não encontrei nenhuma alma boa e caridosa a esse ponto, que copiasse as lições no meu caderno. Então, tiro xerox. Mas o foco principal não é esse, isso é só introdução.
Acompanha dos meus colegas de sala, estávamos no balcão do xerox esperando as copias ficarem prontas. Enquanto isso, saltei a carteira para pegar algumas moedas e em seguida pagar. A minha carteira (que tenho desde os 15 anos) tem uma parte de zíper com um espelhinho dentro, onde guardo as moedas, bilhetes, palheta e qualquer coisa que exija uma privacidade maior. Observando minhas ultimas moedas e algo mais, as meninas soltam (em alto tom, que fique claro):

- Hmm, olha só a Camila com uma camisinha na carteira, (risos).
- Claro, a gente nunca sabe quando vai precisar usar, isso é prevenção ...
Invadindo minha intimidade...

- Faz tempo que taí ? Tá dentro da validade ?

E elas pegam a camisinha da minha carteira.

- Você tem até 2011 para usar
- Ah, obrigada por me avisar.
- Nossa, Camila, mas essa camisinha é pequena, né ?
- É, compatível com o tamanho do pênis do meu parceiro.

Pausa, silêncio por três segundos e uma gargalhada delas, minha, do Bruno, do cara do balcão e de quem estava atrás, provavelmente. Inevitável. E, como nas aulas, alguns comentários e conteúdos são melhores só ouvir e não copiar.

5 de novembro de 2008

Mesa de jantar

Havia algumas semanas que Estela não via Mauro, resolveu parar de contar os dias de ausência quando a folha do calendário virou o mês. Nesse meio tempo, impaciente, provocou encontros ocasionais, arriscou discar os números do telefone dele, mas tudo foi infeliz. Os encontros tornaram-se desencontros, o telefone deu ocupado e sem desculpas ou argumentos para procurá-lo, depois da última discussão, resolveu esquecê-lo. Mas também foi infeliz. Repensou e descobriu que ela sempre viveu para contar histórias e de preferência as de finais felizes. Impulsionada pelo momento e o sentimento de saudade de Mauro, resolveu criar um pretexto para buscar, ou trazer, o homem que lhe aspirava à paixão. Assim, passou numa loja de móveis e comprou uma sala de jantar, Estela poderia tê-lo convidado pra jantar, almoçar, mas para ela, não haveria desculpa ou motivo que disfarçaria seu desejo, senão, talvez, mostrar a sala e o prato espanhol que tinha aprendido na ultima viagem.

Com prazo de entrega exigido por ela, em 24 horas a mesa estava em sua sala de jantar. Depois de horas ensaiando o convite pegou o telefone e com o bom motivo ligou para o Mauro.
Chamou, chamou, chamou, chamou e secretária eletrônica. Depois do sinal, veio a respiração dela de decepção e o recado.

- Mauro, é Estela. Eu achei esse número na minha agenda, e não sabia de quem era. Reconheci agora, quando ouvi tua voz no recado da secretária. E então Como vai você? Eu vou bem e ... eu comprei uma sala de jantar nova, se quiser me ligar ou passar aqui pra gente estrear ou comer uma pizza, ou beber alguma coisa, pode ser legal. Bem, é, é... acho que é isso. Um abraço.

Depois do recado, Estela percebeu que o ensaio pro convite não valeu nada, e teve vontade de quebrar o telefone e ir até a casa dele apagar a mensagem desesperada que deixou. Mas pra quem vivia pra contar histórias, ela já podia contar mais uma - para os seus amigos -, na sala de jantar.

2 de novembro de 2008

Música infantil não infantilizada

A arte de fazer música para as crianças (e adultos) é de Paulo Tati e Sandra Perez, no selo Palavra Cantanda, que encanta e trata a criança como assunto sério. Há cerca de um ano e meio entrevistei Paulo Tati para a revista Ensaio, e tive minha primeira credencial de imprensa em um show muito bem produzido, e mais do que isso, conheci a música Pé de Nabo - que é uma lição de vida.
Depois de um domingo nostálgico voltando a minha infância e até há um passado pouco distante eu deixo a 'Palavra Cantada'.

27 de outubro de 2008

Nas ondas do rádio

Como anunciei semana passada aqui, esta segunda eu apresentei um programa de rádio com a temática sexo. O resultado você confere apertando play logo abaixo.
Por falta de criatividade minha e dos meus colegas, o programa não tinha nome e ficou D'propósito mesmo. Então d'propositem, agora, no áudio.



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24 de outubro de 2008

Satyrianas

Já está rolando, começou ontem a tradicional festa de teatro promovida pela Companhia Os Satyros, que comemora 20 anos. Para a festa que vai até domingo, dia 26/10, a Cia. foi além dos limites do teatro e apresenta também nesta edição, cinema. Sem falar nas tendas, debates, cafés literários e oficinas que acontecem nos três dias das Satyrianas, onde a respiração e inspiração é arte para todo o lado.

Esse espetáculo que o Satyros promove e se espalha por teatros da cidade de São Paulo, você pode ver e fazer sua programação aqui.
Os preços, para ajudar, são mais que populares. O valor é estipulado pelo público que paga quanto quiser. Por exemplo, ano passodo eu paguei 50 centavos para apresentação Caetaneando. É assim, tire as ultimas moedinhas do bolso e vá ver arte boa e barata.
Eu já comecei a fazer minha programação.

Tim Festival

Cantar, compor e trabalhar com música é bom, muito bom. Mas, às vezes, ser repórter não tem preço.
Sábado estou aí, na labuta e muito feliz !

21 de outubro de 2008

Eu não, vó

Depois de muitos parabéns, ligações e recados pelos 20 anos chuvosos de vida, a mais inusitada foi a da minha avó querida e Maria, que ao me cumprimentar disse:

- Parabéns, felicidades, Deus te abençoe minha filha e cuidado com a vida
- Obrigada, vó.
- Cuidado com a vida, viu ?
- Tá falando pra eu usar camisinha ?
- Meninaa....
- #Brincadeiravó! Eu não faço essas coisas.
- ...

Kevin Arnold, dos Anos Incríveis diria, “talvez não seja bem assim que aconteceu, mas é assim que gosto de lembrar”


Mas já que minha vó deu a deixa, eu aproveito pra falar pro leitor que acompanha este blog (e para os que não acompanham também), que semana que vem apresento um programa de rádio com a temática sexo (não foi eu quem escolheu, foi sorteio do professor). E, para me ajudar a levar esse programa ao ar, pensei em você que me lê e que deve ter alguma dúvida ou alguma história pra contar nessa atividade da relação humana. Se quiser manter a privacidade e não se identificar, sem problemas. Você pode deixar o comentário como anônimo aqui, ou me mandar um e-mail no endereço que tem ao lado.

Agora além de D’propositar, vamos lá, contribuam ;)

Axé, saravá, sorrios largos e usem camisinha.

20 de outubro de 2008

Jeito estúpido de amar

"Entre eu e você existe a notícia que nos separa." e aqui une todas as palavras e desnuda os sentindos em 'Eu vou te contar', poema do diretor, autor e ator Fauzi Arap. Todo o resto é Bethânia; dispensa descrições.

19 de outubro de 2008

Esplendor

Eu demorei anos pra entender a beleza da chuva, o ritmo do seu movimento e a alegria que a água do céu traz quando cai. Pra mim, durante muito tempo chuva foi sinônimo de tristeza. E, por coincidência ou não, quando nasci a chuva chegou junto com meu choro, que pedia licença para rebentar e brotar para o mundo. Desde então, todo dia 19 de outubro é regado pela água que renova minha alma, lava meus anjos e, agora, escorre as histórias de mais um ano que vira passado, e que não vai tarde.

Diferente do meu ano 1, certamente, esse não foi o melhor da minha vida, mas sem dúvida, foi o de maior aprendizado. Com sorrisos largos - dados e recebidos - conheci pessoas que chegaram e, por mim, podem ficar por toda eternidade. Também, enxerguei como as pessoas podem ser más, como podem amar e não amar. Como podem ser doces e dissimuladas e como podem não ser nada. Mas além do que os olhos enxergam, vi pela primeira vez o que o corpo chama de paixão e que me apaixono a cada novo sorriso e desapaixono quando alegria não há.

Em matéria de coincidências, eu nunca fui muito crente, mas quem sempre viveu buscando a alegria através das paixões e da poesia que realizou nos seus nove casamentos, foi Vinicius de Moraes. Você pode estar se perguntando qual a coincidência entre nós, já que casada não sou e nunca fui. Pois bem, como Vinicius vivo de paixões, no entanto, o acaso ainda não é esse, e sim, o fato do nosso poetinha ter nascido no dia 19 de outubro de uma madrugada chuvosa de 1913. Se vivo, ele completaria hoje 95 anos, eu completo duas décadas de vida compreendendo o porque a chuva cai (consecutivamente ou não) há 95 anos nesse dia.

A chuva é o choro que não derramo, é a bossa, que meu poeta preferido me ensinou, e inspiro e canto todos os dias. Por que assim como a música, a chuva tem sua melodia que aguarda uma letra que a complete, como nós.
A chuva é água que nos reflete por dentro e, no meu aniversário, irriga meu ponto de descoberta e reflexão. Hoje eu não faço festa, mas comemoro benzendo meu corpo com a água que vem do céu e nos meus anseios feitos de marés.




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18 de outubro de 2008

Boletim

Depois de dias com alta temperatura e sem chuva, os paulistanos devem se preparar para tirar o casaco do armário e abrir o guarda-chuva amanhã. Como acontece há 19 anos, desde que o Dayan’s Meteorologia nasceu, todo dia 19 de outubro chove e o tempo se fecha. A meteorologista diz que nunca errou, então não esqueça: amanhã dia de chuva e frio. E, também, adiante seu relógio em uma hora a meia noite, começa o horário de verão.

Previsão do tempo para o boletim D’proposito.

16 de outubro de 2008

Tudo teatro

Do teatro que você vive eu nunca gostei, mas também, nunca aceitei ficar de fora, tampouco admiti ser coadjuvante, antagonista, muito menos figurante ou platéia do teu espetáculo. Assisti tua história exigindo ser protagonista, só pra dividir as principais falas, o toque mais sensível do corpo e o olhar concentrado de quem teme errar. Mas é teatro. O imprevisível acontece e você improvisa, porque não admite o erro, e eu aprendo protagonizando a ficção de um roteiro inacabado. Mesmo vivendo do teu teatro que não gosto, eu sempre gostei foi dos bastidores, onde seu personagem era você e o teu sorriso era meu, assim como a barba mal feita, o cabelo desgrenhado e o olhar concentrado sem medo de errar. Porque isso é vida, são os sentidos que o público não vê. O resto é teatro, emoção pra curta temporada.
Agora, o espetáculo acabou, saiu de cartaz e entre seu personagem e o meu não há mais bastidores.

14 de outubro de 2008

Talvez.

- Camila?
- Eulírico! Quanto tempo rapaz.
- É, estive viajando.
- É mesmo.
- E como foi de viagem?
- Bem, mas voltei com muitas dúvidas.
- E pra onde você foi que voltou com tantas dúvidas?
- Pra terra do Talvez.
- Talvez?
- É?
- Você tem certeza?
- Tenho!
- E qual é a dúvida que lhe trouxe tanta certeza?
- Me perguntaram quem eu sou.
- E você disse...?
- Fiquei em dúvida
- E você respondeu isso?
- Não, não respondi isso.
- E então....
- Fiquei em dúvida.
- Sobre você?
- Não, sobre o que eu não sou.
- Mas o que não é, não é você Eulírico.
- Como não?
- Não sendo, você é o que é.
- E o que eu não sou também. Porque ainda tem o que eu poderia ser.
- Mas o que poderia ser é possibilidade, quase futuro.
- E isso são planos...
- É, são.
- E você não faz planos?
- Faço, vários!
- E quem você é?
- Nos meus planos?
- Também. Mas agora?
- É... sou alguém.
- Com mais alguém?
- Não, sou o alguém. Só um alguém.
- Só...
- Só o quê?
- É isso!
- Isso o quê?
- Eu sou só um alguém procurando outro alguém.
- Será?
- Talvez...
- E como vai achar?
- Não sei...

9 de outubro de 2008

Amor, paixão e música

Eu sempre achei que havia passado a vida toda existindo de amor e paixão sobre tudo e todos que vivo. Mas, depois de uma longa conversa com Thaís Felício, uma leitora que vem de terras espanholas para D’propositar aqui, eu percebi que não. Ela é a garota mais corajosa que conheci nos últimos tempos e me deu a plena consciência que vivi, durante um ano, sobre o que não amei e há quase dois eu deixo passar o que sempre me foi importante. Este não é um post pra descrever ou explicar muita coisa. Outro dia, quem sabe, eu passo e deixo isso registrado. Hoje, só para falar minha lição do dia e a mais nova parceria minha e de Roberta Campos que acabou de sair do forno – ainda vamos colocar mais tempero. Aguarde. E, por enquanto, escute.
Foi feito de amor e paixão.


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8 de outubro de 2008

Fala, Tamara

Tamara é esta moça ao lado, e também, a nova representante do D'propósito. Ela tem um recado para todos os leitores deste blog, é só clicar aqui.
Quando clicar, não ligue para o que está escrito, ela ainda não tem toda intimidade com a língua portuguesa e só fala (lê) como se pronuncia a palavra, não como se escreve corretamente. E como se não bastasse, Tamara ainda possui um teclado que não tem 'ç' e acentos. Mas o recado é válido.



ps. Vi Tamara antes de ser a Tamara, no blog da rosana

7 de outubro de 2008

Tempo da estação

As pessoas vêm e vão e como trem sem hora marcada, embarcam, desembarcam, correm contra o tempo e buscam satisfação. Estela conta os minutos e atrasa o relógio para uma doce ou qualquer ilusão. Espera, caminha e nada. Então, recorda o passado, imagina o futuro e na constante mudança dos passos que conduzem sua estação, retêm na memória as coisas que ama, que não se perde, nem se esquece jamais. Como os sorrisos, os grandes abraços, as discussões tão úteis, as longas conversas sobre a vida e qualquer coisa do dia-a-dia.
Sem pedir licença, os lugares se modificam, a vida se transforma, o trem muda a direção e Estela, cansada de esperar, embarca junto com o futuro. Mas ainda, vive marcada pelo último adeus daqueles que vêm para ficar e se despedem.

01/09/06

4 de outubro de 2008

Acabou

Enquanto minha madrugada não acaba, repleta de trabalhos, eu não paro de escutar Acabou, da Roberta Campos. Música essa que, em breve estará fazendo trilha de um projeto nosso.
Sente só.

1 de outubro de 2008

Recado do pensamento

Hoje, apesar de atrasada, consegui pegar parte da aula pra lá de bacana de Teoria das Mídias com Roberto Coelho, praticamente, um ator vestido de mestre. Coelho falava sobre o pensamento em superfície e o pensamento em linha. Explicando rapidamente: o pensamento em superfície está ligado à imagem, e em linha à leitura. Mas, o melhor de falar sobre esses pensamentos é a leitura que nós mulheres somos capazes de fazer em relação aos homens.

Eu sempre acreditei no potencial muito maior das mulheres do que dos homens, óbvio, defendo minha natureza. E, no entanto, meu querido professor Coelho só veio comprovar meu ‘achismo’ com a informação que, as mulheres são capazes de fazer 45 leituras em qualquer outro individuo, enquanto os homens tem apenas a capacidade de fazer 10 leituras. Isso explica, por exemplo, porque o ser feminino é capaz de se comunicar com outro da sua espécie sem mesmo falar uma palavra. A mulher não necessita de um diálogo propriamente dito pra se comunicar com outra. Nós falamos e respondemos muito mais com o corpo do que os homens.

Um exemplo mais claro é quando existe um flerte entre o homem e a mulher, e os rapazes sempre acham que estão conquistando, domando a fêmea. Mas Coelho diz e o corpo feminino comprova que não. Na verdade, são as mulheres que atacam os homens, que galanteiam e os fazem de tolos acreditando que foram eles que conquistaram -- nós permitimos isso, provavelmente pela sabedoria inconsciente. E, enquanto estamos mandando os recados através do olhar e do corpo como um todo, com a possibilidade das 45 leituras e respostas que podemos ter, alguns homens tem que fazer muita força, mas muita força, pra captar isso.

Então, pra ajudar, eu mando o recado para os guris ficarem atentos a leitura do corpo feminino, porque até a sabedoria das mulheres têm limite. Homem lerdo pra isso, não dá. A gente lê, dá resposta, passa a limpo e o rapaz parece ser o analfabeto funcional. Mas do que aprender a ler o pensamento em superfície e o pensamento em linha, é preciso aprender a ler nas entrelinhas E tenho dito, recado e aula dada. Agora, na prática!

30 de setembro de 2008

Cantei, cantei




Samba e bossa foram às letras e melodias que minha voz percorreu no Encontrão Autoral, que reúne novos compositores, poetas e artistas para dividirem suas músicas e arte.

O lema lá é: não importa se você tem três anos ou três meses. O fato é que eu tinha apenas três minutos de experiência na música. E, tenho pra mim, que a insegurança e a inexperiência eram aparentes. Mas, sem pensar no tempo, eu não fiz outra coisa senão sentir a música e cantar naquilo que eu acreditava.
Acompanhada do toque perfeito e brando do violão de Roberta Campos, cantei com a inexperiência que me foi permitida.

A adrenalina e emoção foram imensas, tanto que, não consigo me lembrar das expressões das pessoas (acho que isso se deve ao simples fato que canto mais de olhos fechados do que aberto), mas a sensação de ter todos os olhos e ouvidos voltados pra você é tão prazeroso quanto, o samba que envolve e a bossa que conduz a leveza dos sentimentos.

Quando desci do palco vi inúmeros sorrisos e escutei os parabéns que me deixaram satisfeita. Rubens Abrão, por exemplo, que fez as melhores fotografias minhas em cima do palco, achou que eu já havia cantado antes. Ledo engano, eu nunca tinha cantado, mas agora que provei e gostei, quero voltar e mostrar todas as minhas músicas. Melhor espaço para isso do que o Encontrão Autoral, não existe.

Ps. Assim que receber os vídeos eu subo eles aqui.
Ps.2 Meu eterno agradecimento a Roberta e um muito obrigado ao Rubens, meu novo fotógrafo. ;)
Ps.3 Outras fotos, lá no orkut. Pra me achar só clicar na comunidade do D’propósito, na parte de cima do blog.


Axé, saravá, sorrisos largos e amem

29 de setembro de 2008

A história

Um dia todo o amor que existia acabou. Depois, foi escrito pra virar novela e, finalmente, ter um final feliz.

26 de setembro de 2008

Canta, canta minha gente

Martinho da Villa diria, ou melhor, cantaria assim. Mas agora, quem vai cantar sou eu. O improvável aconteceu graças a cantora Roberta Campos, que me levou para o encontro de novos compositores e está me conduzindo para o palco. Ela está acreditando em mim, por isso amanhã apresento minhas músicas. Essa é a primeira vez que canto em público, ou para um público de verdade, mas não estou sozinha, Roberta sobe ao palco no violão. O medo e ansiedade estão percorrendo meu corpo, e espero que hoje depois do ensaio passe ou, pelo menos, diminua.
Amanhã às 16h eu me arrisco e canto minha poesia no Espaço Cultural Vó Lolla, na rua Frei Caneca, 703.

Pelo menos os males, hoje e amanhã, eu vou espantar bastante.

25 de setembro de 2008

Quarta-legal

Como esperava, o dia ontem foi corrido e muito bom. Depois da entrevista bacana com o Heródoto Barbeiro, corri para ver a Rosana Herman e a Tati Bernardi. Rodrigo me levou a mal porque não falei com ele nos corredores da TV Cultura. Mas, isso só foi a pressa de chegar para ver o debate, que por sinal foi muito proveitoso.

Depois do debate, eu como querida leitora da Rosana a observei bastante, pensando também, como chegar nessa figura toda comunicativa. Além da Herman fiquei olhando bastante a Tati e imaginando todas as aventuras que conta em seu site.

Assim que senti a brecha, cheguei e me apresentei pra Rosana, com um sorriso largo, daqueles que gosto de receber e distribuir; ela ficou batendo um papo pra lá de bacana e longo comigo e com a Suellen. Em seguida a Tati também entrou na conversa e tudo fluiu melhor do que imaginava.
Presenteie-as com o fanzine de aniversário de um ano do blog e parecem ter gostado. A Rosana até fez um post em seu blog falando sobre o zine e eu. Veja aqui.
As duas são justamente como imaginei, simpáticas, queridas e atenciosas . A Tati ainda foi muito gentil em me convidar para jantar, não pude aceitar, mas da próxima não recuso o convite.

Olha que clima bacana e dia feliz o meu.


Rosana e eu posando para minha máquina, enquanto outra nos pegava.

Tati e eu

Barba, cabelo e bigode com o professor Heródoto

ps. outras e mais fotos no blog da Rosana.

24 de setembro de 2008

Teoria acima do peso

Nos últimos tempos a temática gordos e gordinhos tem sido freqüente na vida dessa que vos fala. Não que ela esteja acima do peso, isso não. Aliás, é invejada pelo tamanho do prato e pelo pouco peso que carrega. Para alguns gordinhos, isso soa como provocação. Mas rebato e falo que é da natureza. Assim como alguns nascem para serem gordinhos. Fato.

Foi mais ou menos assim que expliquei para uma roda de amigos (homens) que não são gordinhos, ao que argumentaram que os gordinhos são os gordos baixinhos. Errado. A política de bar e minha experiência na observação humana me fazem quase uma especialista em gordinhos. Então, retruco e vou contra a teoria básica dos baixinhos que estão acima do peso. Claro, existem esses: baixos + gordos = gordinhos. Mas não é a única matemática e a única espécie de gordinhos. E já digo logo: esse é um trabalho baseado somente nos corpos masculinos. Afinal, para tratar do corpo feminino apenas uma teoria não basta, o que por sua vez, me levaria a atravessar a história, e nesse caso, vou apenas tratar de uma história.

É muito fácil de identificar o gordo; é aquele que anda com a sua dificuldade - correr nem pensar - e sua barriga já não aponta para o horizonte, direciona-se para o chão. Falo desses que estão no topo da categoria gordo, sem adjetivos ou carinhos próximos como gordinho. Um querido professor, que agora vive em terras londrinas, já disse uma vez que o politicamente correto no caso dessa categoria é nomeá-la de obesos. Agora, pense em você gordo sendo chamado de obeso: parece que tem o dobro do peso que o seu corpo pesado possui. Eu acharia uma ofensa, e nessa política, diga-se de passagem – mas de passagem mesmo - eu entendo.

Passados os gordos, chegamos à classe dos gordinhos. Além de uma maneira carinhosa de tratar essas espécies que, na maioria das vezes, tendem a ser carismáticas, os gordinhos chegam a ser os semi-gordos. Sim, aqueles que já saíram da casa dos esbeltos e mudaram-se para a casa dos que deixam escapar uma barriguinha aqui, uma gordura acolá. No começo eu contra-indicava essa idéia de semi-gordos, mas agora, sou adepta. Concordo com a teoria e com a prática. Não que tenha praticado, mas existem certas teorias que dizem tudo, sem nem mesmo cogitar a praticidade delas. Por exemplo, entendi bem e virei quase doutora no assunto, depois do nosso amigo Nelsomotta - como diria o grande Tim Maia - escrever a biografia Vale Tudo do gordo mais querido do Brasil e do ídolo do soul-funk.

Tim Maia era o exemplo máster do que é ser gordo; com suas citações e teorias não poderia definir melhor essa categoria que a mídia não aceita e a sociedade a pré-conceitua. Entre as palavras do ídolo carioca e a prosa de Nelson Mota, compreendi a prática quando o velho Maia disse: “Gordo, se trepa não beija, se beija não trepa”. Isso é tudo. “Como tudo é tudo e nada é nada”, compreendem?Explico. Na primeira citação, Tim define a dificuldade do sexo para o gordo, e, é exatamente aí que consegui esclarecer a grande diferença entre o gordo e o gordinho – ou semi-gordo.
O gordinho trepa e beija, sua barriga ainda não atrapalha em quase nada. O gordo não, ou só trepa ou só beija. Agora, quanto à qualidade, medida e largura do membro e sexo dos gordos e gordinhos, isso já é um estudo que vai além e eu não posso comprovar.

Lembrando bem, que todas as conclusões foram tiradas segundo os estudos Maias, pois sou apenas uma discípula da música do Sebastião Rodrigues Maia e das narrativas de Nelson Motta.

Pra hoje

À tarde um papo com Heródoto Barbeiro, começo de noite encontro com Rosana Herman e Tati Bernardi e, por último, o final de noite o encontro é com ele

Provavelmente amanhã o D’propósito chega com boas noticias ;)

23 de setembro de 2008

Antes de dar boa noite...

- Mãe ?
- Oi
- Acho que quero ser cantora
- Hmm.
- É tão legal, já imaginou sua filha cantora ?
- Não.
- Mas mãe, você acha que posso ser cantora?
- Acho que sim.
- Que bom!
- Mas se eu fosse você ficava no jornalismo mesmo, é melhor.
- Não vou largar, ainda.
- Pra viver de música você precisa de alguém que te banque, nesse caso você não vai ter.
- Mãe, mas no jornalismo eu também, provavelmente, vou precisar de alguém que me banque. Tá achando que vou ganhar bem ?
- Eu esperava que sim, mas de repente, vai que você da sorte, ou então, arranja dois empregos.
- É, vou pensar em outra possibilidade.
- Pensa.
- Ah, mãe ?
- Que ?
- Sábado eu me apresento num café.
- Como assim se apresenta, Camila ?
- Vou cantar.
- Você é maluca ?
- Ué, você não disse que eu podia ser cantora ?! Então, vou cantar. Já ta marcado, não tem como desmarcar.
- Meu D’us.

Rárá. Fundamental, apoio maternal é tudo.

19 de setembro de 2008

Ausência

Eu explico, o tempo para as crônicas, que não andam nada diárias, foram trocadas pelo tempo de compor. Hoje eu escutei Chico dizer que ou ele compunha, ou ele escrevia; comigo não tem sido diferente – não que eu esteja me comparando ao Chico, não. Estou no meu momento musical e, agora, acabo de terminar mais uma música. Mais uma vez é o nome, provisório, isso porque a minha indecisão para títulos demora a ser decidida. E, aproveitando que falo de composição e música, amanhã vou junto com a cantora Roberta Campos e amigos, num encontro de novos compositores. Depois eu conto os propósitos aqui.

Axé, saravá, sorrisos largos e amem.

ps. É amem mesmo, não é amém não.

16 de setembro de 2008

Previsão

Além de dias frios, cobertos de preguiça e fome, a previsão é de macarrão e fast-food para toda semana. Minha mãe viajou para o Rio, virei babá do meu cachorro e do meu irmão. E, enquanto ela aproveita o melhor de Copacabana eu suporto os cariocas, aqui mesmo, em São Paulo.
Nada, absolutamente, contra os cariocas, mas alguns conseguem me deixar realmente mal-humorada.

E pra vida não ficar chata, um pouco de humor com Danilo Gentili, que o querido Pedro Torres indicou.


12 de setembro de 2008

Agora, sim

No mesmo canto doce de sempre, a quase-carioca Roberta Sá chega com nova temporada de shows e música inédita. “Agora Sim” é uma parceria entre ela, Pedro Luís e Carlos Rennó. Um samba delicioso que você pode conferir no vídeo abaixo, ou no show de amanhã no CitiBank Hall, aqui em SP.
Eu ainda não tenho ingresso, mas estou aberta a convites.
;-p





ps: reparem no final do vídeo quando uma moça da platéia grita, “bem vestidaa”. É, mais do que talento musical parece que, a moda também é acessório fundamental para provocar ovação do público.
E para quem interessa, as roupas de show da Roberta – e também do seu dia-dia – vem da loja Têca Têca, da estilista Hêlo Rocha, que também é irmã da cantora.

10 de setembro de 2008

Tudo decidido e nada resolvido

Eu sonho com o dia que eu não precise depender do transporte público para não enfrentar gente fedida e mal educada, e também, sonnho com dia que puder viver de música e ficção. Sim, como ofício, prazer e renda, porque estou pensando em abandonar o jornalismo - não o curso, afinal, estou a um passo e meio de me formar, logo, minha mãe não permitiria tamanha insanidade e acho que nem eu teria a coragem.

Eu não estou decepcionada com o curso, nem com a profissão. Quando decidi ser jornalista (isso foi na 7ª série, com 12 anos) eu queria viver de escrever e fazer umas matérias superlegais. Nunca tive a perspectiva de mudar o mundo, revolucionar a imprensa e ser uma utópica, como a maioria dos professores de jornalismo nos definem no primeiro ano, e de repente, até no último. Não, eu nunca fui sonhadora, não pra isso. Não sei explicar exatamente o que e por quê, mas estou certa que minha certeza na profissão, agora, é duvidosa. No momento eu apenas desejo e sonho muita coisa, envolta disso tudo está a arte. E, no momento dos meus anseios, recordo exatamente a cena e a frase que marcou minha vida. No 3º ano do colégio, uma professora, olhando nos meus olhos e me colocando a dúvida sobre a profissão disse, "todo jornalista é o artista frustrado". Na hora as palavras não sorveram o efeito que tem me causado nos últimos meses. Não sei porque, mas meu cérebro guardou as palavras da sábia mestra e acho que a frase faz mais sentido agora, do que antes.

De repente eu me descobri compositora e pseudo-cantora, querendo voltar para o teatro imediatamente, sonhando com cinema e de quebra, podendo ganhar a vida, escrevendo ficção e roteiros. Mas, entre sonhos e desilusões, vou sobrevivendo no meu momento irritadiço e indefinido, que pra ajudar o meu pequeno-mau-humor-cotidiano, acabo de entrar no meu inferno astral.
Ainda não é tudo, de todos os meus profundos desejos, tanto quanto ter casa própria e ser bem sucedida, é nunca mais depender do transporte público, pelo menos não na hora do rush. E, enquanto a realidade não é toda a minha vontade, projeto meus projetos. É tudo que posso fazer agora e nos próximos 40 dias de inferninho astral e transição do ano numerológico.

9 de setembro de 2008

Raiva.

Tereza, minha nova personagem e história de ficção acabara de nascer, e também, morrer. Estava concluindo o final da vida de Tereza com Ubaldo quando de repente o computador fechou tudo, todas as janelas e programas abertos e nem me deu sinal de vida. A merda do Word não salvou o romance, matou minha personagem e se quer me deu satisfação. Estou puta da vida, e reescrever agora me dá mais nervoso. Talvez amanhã, mas com certeza não sairá como as primeiras letras jogadas. Raiva, muita raiva. Vou voltar para o papel e a caneta, tecnologia de merda.

2 de setembro de 2008

Dois quilos e duzentos gramas

Inacreditavelmente, e pela primeira vez, tive dificuldades em fechar minha calça preferida. Suspeitei que havia algo errado, de repente, minha mãe pode ter lavado a calça e como bem sabemos, após a lavagem a vestimenta sempre fica mais justa no corpo. Mas, pro meu azar minha genetriz não havia lavado, logo, vesti outra calça, passei numa farmácia e me pesei; o resultado foi surpreendente para quem nunca teve problemas com peso.

Em um mês ou menos que isso, 20 dias praticamente, engordei dois quilos e duzentos gramas. Parece pouco escrito, mas na balança e no corpo esse número dobra, a ponto da calça quase não fechar.

Espantada com o peso adquirido em tão pouco tempo, mas ainda, não-muito-preocupada comentei com um dos meus amigos (mais engraçados) e ele deu o seu pitaco, claro.

- Brubis, cê acredita que engordei dois quilos esse mês?
- Nossa, Cax. Mas, acho que você tá bem assim.
- É, só não posso manter esse ritmo de engordar dois quilos ao mês.
- Mas você ta transando?

Uma pausa para o quase riso

- Por que?
- Ué, pode ser barriga.
- Barriga? E transar da barriga?

Nisso entra Diane ou Dix, a terceira integrante da conversa que se espanta e pergunta.

- Nossa, sério que transar da barriga?

Com a réplica e resposta, Brubis:

- Dá, claro. Barriga de grávida.

A gargalhada foi clara e inevitável, mas a barriga – de grávida – fica só no humor do Bruno, porque até onde tenho certeza, eu não, não, estou grávida. Vai ver, os dois quilos e duzentos gramas ganhos foi à resposta do meu corpo para comemorar a postagem número 200 do blog. Essa é, praticamente, a segunda vez que comemoro o número, porque depois do atentado o D’propósito nasceu de novo e, agora, refaz seu número de 200 posts. Enquanto isso, o corpo acompanha o D’propósito, mas acho que os quilos param por aqui, o número de postagens, não.

29 de agosto de 2008

Duas amigas e um peso de humor

- Camila, me explica uma coisa.
- Sobre?
- Gordos.
- Ah, não. De novo esse assunto, Alline.
- Não é sério, agora é sério.
- Ta, fala.
- Como você consegue preferir um gordo...
- Opa, opa, alto lá. Não é gordo.
- Ta, corrigindo: como você prefere um gordinho...
- Agora sim.
- A um cara como Thiago Rodrigues, Cauã Reymond, sei lá, uns caras mais, magros.
- Simples, por uma questão de prazer
- Prazer? Cê tá louca, né ?
- Não.
- Mas no quesito prazer os magros não são melhores pra isso ?
- Eu não classifico um como melhor que o outro, mas a quantidade de prazer que eles (o gordo ou o magro) te dão
- Tá falando das teorias Maias ?
- Não, essa é uma teoria, digamos, popular
- E o que a teoria diz para a prática ?
- Bom, eu acho que o magro nunca vai dar o prazer que o gordo dá.
- Como não ?
- Porque o gordo te dá dois prazeres, diferente do magro que só dá um
- Cê tá de brincadeira....
- Não, o bom de você ter uma relação com o gordo é que ele te dará dois prazeres: um quando goza e outro quando sai de cima.

ps: não fica bravo comigo.

26 de agosto de 2008

Em tempo de eleições...

Essa noite, sabe-se lá Deus por quê, sonhei com FHC. Mas, além de sonhar com o ex-presidente, a noite também reservou uma alusão ao número 13 123, que pela manhã descobri ser do vereador Chico Macena do PT.
Eu não sou e nunca fui petista, então, vai ver o número serve pra jogar no bicho, só pode ser isso. Ou ainda, posso ter tido uma visão de que o segundo turno seja PSDB contra PT. Talvez as pesquisas errem e Kassab (DEM) deixe de ser o favorito depois da Marta nas intenções de voto.
Enquanto isso, a Soninha hoje passou mal e não fez campanha, vai ver está pedalando demais, precisa de mais energia.

Entre um sonho presidencial e números subliminares, acho que estou escrevendo demais sobre política. Depois da Olimpíada, agora, tudo volta para eleições municipais e americanas. Enfim, muita política pra um sonho só.

25 de agosto de 2008

Boletim

Na semana retrasada fiz um post sobre a cantora Roberta Campos, a mineira que parece Los Hermanos de saia e sem barba - pra quem não lembra ou não leu, clica aqui e saiba sobre a moça Roberta. Ela avisa por e-mail que sua música "Varrendo a Lua" está tocando na rádio Nova Brasil FM- 89,7. Eu fico imensamente feliz por ela e por mim, que tive a sorte de encontrá-la antes das rádios.
No e-mail, Roberta passou os contatos para quem quiser dar uma força pedindo a música na rádio, e são esses aqui: programacao@novabrasilfm.com.br e os tels: 3251 - 3835 ; 3251 – 3699
Agora, Roberta estréia nas rádios paulistanas, boa sorte pra ela e que 'varra a lua com suas perguntas tortas'

Ajuda D'propositada pra o boletim d' segunda.

20 de agosto de 2008

Homem é tudo igual; o resto é homo legal

Eu não sei exatamente qual é o mal moderno da sociedade, mas desconfio qual seja a dos homens. Na verdade, eu não sei dizer se, de fato, é um mal moderno desses cabras que deveriam pertencer somente às mulheres, mas a moléstia do público feminino é a felicidade do público homossexual. Explico.

Dia desses, quase ontem, num papo sobre homens e gays – em especial - da minha vida, um jornalista amigo meu, disse que meus ex-namorados devem ter terminado comigo por causa do blog. Tati Bernardi que tem histórico desses, eu não, acho.
Ele não disse isso só porque acha que eu falo demais aqui, mas também, por alguns deles (ex-namorados) serem gays.
Quando diz que falo demais, eu concordo. Mas o que contêm no D’propósito não revela 10% de tudo o que a minha vida reserva. Além do mais, muitas palavras são obras da minha ficção, que no final, só eu sei dizer o que é real e não. O que deixa pra mim, enquanto autora-leitora, uma certa sensação de emoção, uma excitação.

Como se não bastasse a infelicidade de poucos homens assim, verdadeiramente interessantes, sedutores, misteriosos, namoráveis e fofos (sem ambigüidade na última opção, ok?), os que preenchem a tabela com os requisitos básicos femininos são gays ou se tornam depois de um relacionamento heterossexual. É o que eu estou concluindo com o meu amigo jornalista, que jura não ser gay.

Entretanto ou entre-tantos homens heteros e gays suspeitos do meu passado, chega ao meu ouvido que dois dos meus ex-namorados viraram gays – pausa pra ficar bege.
Está certo que o primeiro deles nem chegou a ser namorado, namorado, mas sim, um caso como tantos outros. Meus amigos gays insistem em dizer que o rapaz cortava para os dois lados. Tudo bem, esse foi o primeiro e pensei: vai ver ajudei o cara a ser feliz se descobrindo. Afinal, com a quantidade de amigos homossexuais que tenho acho que eles acabam influenciando meus paqueras, só pode ser isso.

Não que a dubiedade dos ex sejam culpa dos amigos, não mesmo. A questão é que homem gay é super divertido, e se eu fosse homem seria gay, sem dúvida. Mas a grande questão no papo entre meu amigo e eu é a capacidade que tenho de deixar os homens afeminados.

Certo, meu primeiro namoradinho passou, apesar de ainda não ter admitido o gosto pela carne masculina. Mas na boa, errar uma vez é humano, persistir no erro é burrice. E segundo os estudos e suspeitas, meu segundo namoradinho foi, é ou será gay; o que me fez persistir no erro e ganhar um atestado de burra.

Até onde sei, eles – os ex-namoradinhos - não me traíram com homens, assim eu peço a Deus; mas não é que os cabras gostam mesmo da mesma fruta que eu. E num mercado onde a inflação de homens é tão perigosa quanto a de alimentos, eu não quero dividir o meu pão.

E antes de pensar qual a fruta que eles degustavam, todo mundo dizia, “Ah, não sei não, mas desconfiam que ele seja gay”. E eu logo dizia que não, porque os dois ex-amorzinhos meus faziam de tudo por mim, eram doces, melosos e apaixonados demais. Impossível que fossem, mas os indícios dizem que sim, são femininos e meiguinhos demais.

O amigo jornalista diz que a culpa é minha e do blog. Eu acho que não, mas estou tentando achar a relação, porém, o que agora me põe a certeza ou ainda a dúvida, que homens fofos, melosos e apaixonados demais correm o risco de serem gays.

Eu não sei por quê homens heteros em fase de sua homossexualização gostam tanto de mim. Mas agora, acredito que homens heteros são mesmo os viris, os que esquecem as datas, os que não percebem o seu cabelo, a roupa ou os óculos novo. É triste, mas os homens são todos iguais e os que são diferentes, são legais. Mas não são, nunca, os ideais - até que me provem o contrário.

17 de agosto de 2008

O que o baiano Caymmi tem

Minha alma só é baiana porque é nativa das poesias e melodias expressadas pelo cantor dos mares, e naturalmente, da Bahia, que agora, deixa um mar de canto e saudade pros baianos que têm e pros brasileiros que são. São qualquer coisa do samba, da terra, do acalanto, da morena, da Marina, da Dora, Doralice, do sol, afoxé, vatapá, acarajé, do mar, da Bahia, da vizinha do lado e de maracangalha.

Entre centenas de composições e sacudindo a cadeira de balanço, o baiano que levou a vida com prazer e no ritmo calmo de seu ser, mexeu com a música brasileira, deixou trilhas sonoras e histórias. Feitas as que Jorge Amado registrou e que a jornalista Rosa Herman teve a felicidade na belíssima comparação ao dizer que, Caymmi era o Jorge Amado da música.

O mestre e maestro baiano Dorival Caymmi, perguntava na sua música aos brasileiros, “Você já foi à Bahia?”, como ele, eu complemento dizendo, ‘Então vá!’. Só lá é capaz de se compreender “o que a baiana tem” e o porquê da “Saudade da Bahia”

Deixando lembrança e nostalgia, aos 94 anos Caymmi faleceu no sábado e foi enterrado neste domingo às 15h. O músico, poeta e acima de tudo baiano, acreditava que qualquer pessoa quando morria ia para o céu, só evoluía.
Feito samba em evolução, o baiano que conheci de cabelos brancos, sorrisos largos, música doce e pensamentos sonhadores, deve estar falando pra Deus o que o samba da nossa terra tem e precisa, no jeito manso, leve e suingado de ser, como as músicas que deixou e minha alma baiana que batizou


14 de agosto de 2008

Para aquelas perguntas tortas

Em mais uma das minhas andanças e pesquisas encontrei uma cantora chamada Roberta Campos, que vem lá das terras mineiras e, que agora, reside em São Paulo e chega com seu novo e primeiro CD, “Para aquelas perguntas tortas”. O nome curioso do disco foi o que me chamou atenção para escutar e ver quem tinha as respostas das perguntas tortas ou não.

Com algumas respostas, arrisco a uma comparação que pensei logo quando terminei de escutar o álbum pela primeira vez e reiterei para alguns amigos depois; Roberta Campos é, praticamente, Los Hermanos de saia e sem barba.

A música é leve, o CD é simples e é como casa de vó: aconchegante. Feito num formato acústico, Roberta compôs todas as músicas e disse ao D’propósito que, chegou a gravar o disco com direito a todos os instrumentos e regalias possíveis, mas não gostou do resultado. Achou pop demais. Então, voltou para o estúdio até ficar nesse formato bacana que você pode escutar baixando o CD aqui ou conhecendo o myspace da Roberta aqui

Além do CD bacana, Roberta é uma simpatia. Vale escutar duas vezes, pela música e por ela.

Se você está com preguiça de clicar nos links que indiquei, dá um play aqui abaixo e escuta o pouporri com as músicas do disco “para aquelas perguntas tortas”.

13 de agosto de 2008

Enfim um ano; fanzine, fitinhas e festa !


Como nada vem fácil e no final tudo da certo, a festa do D’propósito não foi diferente. A começar pela complicada tarefa da reserva do bar que expliquei aqui. Logo em seguida veio a missão quase impossível de todos os meus desejos para a comemoração do meu pequeno.

Primeiro de tudo era: vou fazer um fanzine com as melhores crônicas de um ano. Decidida comecei a árdua tarefa, a princípio, de fazer em preto e branco no formato de um pequeno livro (uma tarefa fácil, até então). Mas numa madrugada atípica com a parceira Alline, inspirada no meu canto, ela iluminou o fanzine com a brilhante idéia de fazê-lo em formato de capa de CD. O trabalho seria maior, mas a sacada foi boa e eu comprei a idéia e o bendito papel Colchê.

Enquanto isso, Felipe o outro parceiro, fechava pra mim toda a parte burocrática das fitinhas do Sr. D’propósito. Sim, fitinhas iguais aquelas do Senhor do Bonfim, só que com a graça do blog, claro.

Nesse período todo não saí do telefone e gastei todos os meus centavos em ligações negociando com gráfica a impressão do fanzine que quase não saiu. Não pelas gráficas, mas pela energia negativa que ocupou o final de semana anterior ao da festa.

Como eu sou brasileira e também pedi ajuda para um bilhão de pessoas, acabou ficando tudo para última hora. E assim foi no fim de semana retrasado, com um sábado todo sem Internet e parte de um domingo sem energia. Medonho.

Com um sábado perdido, decidi trabalhar o domingo todo nisso. Claro, que não sozinha. Tive a imensa ajuda do Gui, da Laís, do Fê e de quase todas as horas, exceto madrugada, Alline.
No meio para o final da tarde começamos, nós cinco, a produção do fanzine. Com no máximo uma ou duas horas de trabalho e risadas, o poste da rua estourou e deixou o bairro sem luz. Rá! Sensacional para um domingo, quando na segunda o material devia entrar para a gráfica e eu começava meu primeiro dia de trabalho lá em Alphaville.

Das 20h à 1h ficamos sem luz, quando voltou queimaram-se todas as lâmpadas da casa. Sim, isso parece filme de terror. Nesse período sem energia elétrica, resolvemos repor a nossa energia. Pegamos o carro – por sorte havia gasolina – e fomos até a pizzaria mais próxima. Comemos, conversamos com um boliviano bêbado e voltamos para a casa sem energia elétrica.

A Eletropaulo dizia que estava a caminho, enquanto a luz não chegava, Alline queria brincar de Gato Mia (é, não parece que ela tem 20 anos), eu dei a saída de fingirmos de velhos e contarmos a história de nossas vidas. O que nos reservava a ficar parado e enquanto um falava, eu podia cochilar, afinal, já passava da meia-noite. O Felipe, amorzinho da Alline, começou e antes que ele terminasse a história, a energia voltou. Tínhamos apenas a luz emitida pelo monitor do computador e da TV, até xixi tivemos que fazer no escuro – essa sim foi uma difícil tarefa.

Lá pelas tantas voltamos com a produção deste trabalho que, agora, me enche de orgulho e prazer. Terminamos o fanzine às 5h30 e por um instante tudo estava perdido e no outro tudo resolvido, isso claro se não fosse pelo Gui e a Laís, que além de cederem seus sonos, paciência e simpatia, cederam também a casa para este domingo pra lá de divertido.

O resultado de todos os envolvidos de alguma forma nesta festa deu na minha alegria que as fotos abaixo revelam.
Esse é um post em sincero agradecimento ao casal Gui e Laís, a minha amiga que perdi pra Deus Alline e seu amorzinho Felipe; ao meu grande parceiro de todas as eternas horas Felipe Bosb e a minha tia Nê, que dobrou os 200 fanzines produzidos. Também o muito obrigado por toda a galera que apareceu a esta festa toda perfeita. Do jeito que eu imaginei.
Sem vocês, nada disso teria acontecido. Agora, fiquem com algumas fotos e que venha o segundo ano D'propósito.

Ahh, coseguimos !

da esquerda para direita: Fê, Alline, Eu, Laís e Gui


Fanzine na mão, fitinha no braço e sorriso largo no rosto


Fê Bosb



No maior estilo Sá

11 de agosto de 2008

Hoje, só amanhã

Hojé é segunda, estou tão cansada como se fosse sexta e já tivesse trabalhado a semana toda. Posso deixar o post de hoje pra amanhã?

Obrigada.

9 de agosto de 2008

Sem querer, D’propósito e um ano de vida


Não foi o tipo de gravidez planejada ou desejada, aconteceu, quase um acidente que por sorte não provocou nenhum incidente. Naturalmente, errou e aprendeu, caiu e levantou, chorou e sorriu, como as letras da bossa e do samba que ritmaram os primeiros passos, as primeiras palavras e o jeito de viver o cotidiano no seu modo bem brasileiro.

Filho de mãe de solteira e de pai chamado mundo, o D’propósito teve um parto inesperado, não houve pré-natal ou tempo na escolha do nome. Era uma noite em que os sinais de gestante revelava o parto no dia seguinte. E como coração de mãe não erra, eu não errei. Na noite do dia oito de agosto de 2007, sentia as contrações do guri que me abriria caminhos e me apresentariam pessoas. Então, no final da tarde do dia nove de agosto, ele nasceu com os traços cariocas de quem lhe deu a vida em plena avenida 9 de julho. A contradição não foi de propósito, mas é que ele não esperou e rebentou nas terras paulistanas debaixo do teto da FGV, lugar onde conquistei os primeiros trocados e lhe dei a vida.

Apesar de nascer sem-querer, o D’propósito surgiu com propósito de livre exercício da escrita e de todo fato, ficção ou pensamento reciclável, tornar-se de uso meu e de repente, de mais alguém, talvez até seu. E assim tem sido até hoje, a miscelânea de gente, cores, palavras, amores, mentiras, sabores, experiências, dores, músicas, flores.

O espaço das crônicas diárias (ainda que não tão diárias ultimamente), é feito de rima e ritmo, que acelera e pede calma; de prosa que conduz e condiz a inspiração no cotidiano. É no traço diário que sua definição foi sendo composta e marcada. Mas, o que compus e não sei explicar é a graça que lhe dei. Eu não me lembro porquê D’propósito com apóstrofe e a razão desse nome. Recordo-me apenas do olhar fixado na tela do computador pensando num nome e involuntariamente os dedos bateram no teclado o título que hoje é nome próprio e tem vida. Faz aniversário de um ano e ganha festa, com direito a lembranças, música ao vivo e surpresas guardadas para a noite que comemoro hoje com leitores, amigos, família, colegas e parceiros.

Sem querer o propósito foi feito, e de repente, D’propósito! Palavra do verbo d’propositar; daqueles que d’propositam diariamente ou não, as crônicas diárias de tudo o que vem depois, e festejam hoje, dia 09/08, um ano cheio de vida das letras marcadas pelos dedos e pensamentos imprecisos de uma pequena Sá.

8 de agosto de 2008

A vida como ela é

Na porta do apartamento 111 ela aperta a campainha. Com uma pulsação que é possível notar no tremule de suas pernas, ela traz em mãos “A vida como ela é” livro e DVD com os contos de Nelson Rodrigues; ainda envolvida pelas histórias rodriguianas lidas e assistidas ela espera, e Ele, abre a porta. Os olhares se cruzam como se fosse inesperado. Como se o porteiro não tivesse avisado a chegada dela e Ela tivesse aparecido de surpresa. Mas, principalmente, para Ela cada encontro era uma surpresa. Qualquer rancor, intriga e desavenças ocorridas até ali, de repente desapareceram.


Isso porque, ele vendo-a parada em pé na porta sem nada dizer e com uma mão na cintura e a outra com seus objetos, percebeu que ele era o culpado de tudo aquilo. Dos contos tristes que Rodrigues que não cedeu final feliz. E como uma novela que cada fim é um novo começo, Ele a puxou pela cintura e deu um beijo como o primeiro. Aquele que nem ele e nem ela haviam esquecidos, porque ele ensinou que tudo iria passar, exceto o momento que aliciava o beijo de todo o começo.


Com a mesma intensidade do primeiro encontro, do primeiro telefonema e do primeiro livro emprestado, Ele a envolveu com seu corpo e arrastou para dentro de seu apartamento de pouca luz. Iluminado apenas pelos abajures que seduziam ainda mais Ele e o seu sabor.
Passando pela sala e o primeiro quarto, chegaram ao quarto que de presente mostrava a cidade perdida dentro da metrópole. Todo o trajeto até o dormitório e a sacada, foram incandescentes de beijos e afagos.


Diferente de todo casal que cairiam na cama para se amar, eles acabaram na varanda, por onde tudo começou e onde a brisa que passa de pressa refresca o fogo solta de uma paixão mal acabada. Era isso. Uma paixão mal acabada.
Ela não foi até lá para apaixonar-se de novo, foi pra lhe entregar os pertences que eram dele. Um romance rodriguiano, e uma despedida em grande estilo.


Nada foi dito entre os intervalos do beijo e o toque no corpo que vibrava como violão e cantava uma canção que Ela cantarolava num ritmo e Ele em outra. A desarmonia aconteceu quando Ela se afastou e recusou-o. Ele nunca soube levar não, ficava irritado com a negação. Então, insistiu. Ela resistiu. E numa persistência dos dois Ele percebeu que Ela não era mais um pertence dele. Ela era noiva agora. Não notou pela sua aliança, soube pela boca que o recusou.
Houve um diálogo longo entre eles e inconformado Ele indagou.


- Por quê você vai fazer isso?

Com um minuto de silencio e desespero por parte dela respondeu.

- Porque ele me lembra a minha primeira paixão.

Foi o fim do reencontro banhado pela pouca luz do luar e da cidade que iluminava um apartamento perdido na urbanização e no tempo de quando havia paixão.

6 de agosto de 2008

5 de agosto de 2008

Junto comigo...

Escravos do blog, jogavam 'Comentar'.


Ligação inútil.


Piii, piii, pii...

-Alô?
-Alô!
-Quem é?
- Já não mais reconhece minha voz?
- Quem está falando?
- É uma pena...
- Se não falar vou desligar
- Mas você não vale a pena...
- Do que você está falando?
- Então já me reconheces?
- Não faço a menor idéia de quem seja. E vou lhe dar a última oportunidade de se identificar.
- Não desligue! E me escute pela última vez e talvez única.
- Pois então, diga!
- Desisto...
- Desiste? Me segurou ao telefone até agora para desistir?
- Desisto...
- O que há de errado com você?
- EU DESISTO
- Desiste do quê?
- Eu desisto...de você.

Tu, tu, tu...

4 de agosto de 2008

Duas amigas e mais uma dose de humor

Dia 31 de julho já passou e eu não cumpri com minha palavra deixada no último post. Não escrevi a tal historinha falando sobre o dia do orgasmo, porque pra variar, me faltou tempo. Mas, ainda deu tempo de viver e contar uma história.

Na tarde de sábado, mais uma vez estava na companhia da fiel escudeira Alline, planejando os últimos preparativos para a festa de aniversário do blog, quando eu penso e digo:

- Alline, será que mando fazer um bolo?
- Ah, acho que sim.
- Mas não é demais para festa de um blog?
- Não sei, nunca fui numa festa de blog.
- Nem eu.
- Ah, então, faz sim.
- Não sei, acho que não...
- Ah, comemoram até dia 31, dia do orgasmo, porque você não pode fazer?
- Mas ninguém faz festa dia 31.
- Mas todo mundo come.

Como sempre, Alline e sua mente desenvolvida para sacanagem.

Agora, se vai ter bolo ou não, você descobre no próximo sábado, dia 09/08. Não vai esquecer: aniversário de 1 ano.
Nem preciso dizer e convidar para comemorar.
Bora que é festa !


;)

31 de julho de 2008

Boletim d'quinta

Ando sem tempo pra postar aqui, mas trago notícias. Mudei de emprego, na verdade, estou mudando, começo segunda. E para quem interessar, hoje é o dia do orgasmo. Fiz uma histórinha em comemoração, mas está na minha cabeça, não tive tempo de passar para o papel, então, fico devendo. Mas prometo que até sábado posto sobre a data.

Ah, amanhã tem festinha de despedida pra mim e hoje eu tenho um encontro - que nada tem relação com o dia, que fique claro.

28 de julho de 2008

A dúvida do Eulírico

- Camila?
- Fala Eulírico...
- Pára de escrever e presta atenção em mim.
- Tá carente, é?
- É sério...
- Pode falar, estou a ouvidos.
- Sabe, estou com uma dúvida.
- Sério? E eu posso ajudar?
- Pode sim!
- É sobre o quê?
- Você!
- Eu?
- É.
- Êêê...Não vai me dizer que se apaixonou por mim? Eu disse desde o começo que não estava, assim, disponível e...
- Deixa de ser boba, não é disso que eu estou falando.
- Não? Então quer um caso rápido, sexo sem compromisso...
- Você fala como seu eu fosse um devorador de corações, um ninfomaníaco
- Devorador... não sei. Mas de fato um destruidor de corações.
- Você é maluca?
- Essa era a sua dúvida sobre mim?
- Também, mas essa você não precisa responder, eu tiro minhas conclusões.
- Então, acabou a dúvida. Posso voltar a escrever?
- Não!
- Não o quê?
- Ainda não fiz a pergunta.
- Fez sim! Perguntou se eu era maluca e disse que tirava suas conclusões, logo, terá a resposta, certo?
- Errado!
- Errado? Tudo bem, certo e errado são relativos mesmo.
- Camila, o que eu queria saber você ainda não me respondeu
- Você ainda não me perguntou! Certo, cara pálida?
- Certo.
- Boa garoto! Vai, se arrisque.
- Eu tenho certo receio de te chatear, de repente decepcionar...
- Não, fica tranqüilo, senão for nada trepidante a ponto de acabar com a festa do D’propósito ou roubar minha nova música.
- Não, claro que não!
- Então vai lá, qual é a nova? o que quer saber?
- É, não sei exatamente quais são as novas, mas de todas as coisas novas que aparecem pra você, e...é...
- Eulírico, às vezes você me cansa, até me assusta. Diz logo, tem medo do quê, rapaz? A resposta pode doer?
- De repente sim, não em mim, mas em você, não sei.
- Doa a quem doer, agora quero responder esse troço.
- Não é troço, é pergunta.
- Que seja. Pergunte!
- Bom, vou tentar ser delicado...
- Chega Eulírico...
- Chega? Não posso mais perguntar?
- Não. Quero dizer, pode. Estou dizendo chega pro mistério que faz pra fazer uma única pergunta, está me deixando aflita.
- Certo, desculpe. O caso é o seguinte, estive reparando em você nos últimos tempos, aliás, há muito tempo e vejo que você faz muitos planos. A cada hora surge com novas idéias, têm muitos sonhos, alguns meramente possíveis, outros impossíveis aos meus olhos e ao mundo. Você sobe muito alto, talvez pra ver os sonhos de um horizonte melhor, mas fico pensando: acho que ela se arrisca demais, não tem medo de cair, se machucar e ser uma pessoa frustrada?
- Humpft
- Te chateio com a pergunta?
- Não, claro que não.
- Você respirou forte...
- É que preciso respirar pra responder com a mesma sabedoria que teve na intenção da pergunta e, eu sempre preciso respirar, fundo, forte e muito para sonhar. Mas respondendo sua dúvida, digo que não tenho medo das frustrações. Meus sonhos, desejos, riscos e idéias são feitos primeiramente para serem divididos com você e só depois, quem sabe, realizá-los. Sabe, fazer fantasia ajuda a viver e às vezes também é preciso de alguém que ache tudo isso absurdo, para trazê-las [as pessoas] junto ao meu mundo. Como você, que agora está próximo dele.
- Humpft
- Que foi? Achou mais absurdo ainda?
- Não, estou respirando sua inspiração pra sonhar.

O homem

É guitarrista, escritor de sucesso e marido dela.


(Elton Pinheiro)

26 de julho de 2008

Ao Léu

Sempre, sempre, Celeste quis saber sobre o amor, nunca compreendeu bem essa palavra que a toda hora está nas declarações viscerais que definem casos de cinco minutos ou amizades de meia hora.

Sempre, sempre, toda vida Celeste quis entender que amor é esse que, todo mundo diz ter pelo outro, mas ela nunca tinha encontrado. Não encontrou na esquina, na casa, na escola, no cinema, no parque, debaixo da cama ou perto bar.

Sempre, sempre, Celeste quis saber os segredos dos outros, não importava de quem, apenas queria saber, afinal, eram segredos. Todos os segredos, inclusive os de amor, ela escutou atrás da porta. Realizou-se.

Sempre, sempre, Celeste quis entender o amor da literatura, aquele que faz dois corpos, dois corações e duas almas um único ser. Leu bastante, talvez não o suficiente para compreender e jogou o amor, a literatura, os segredos e as dúvida ao léu.

Muito, muito tempo depois, encontrou os livros jogados ao léu, velhos e faltando páginas. Lamentou.Depois reencontrou os segredos passados, guardados e mais tarde, velhos também. Viu que não adiantou. Havia ainda as dúvidas, estás sim foram resolvidas, mas lembrou depois que ainda surgiram muitas outras. E por fim, lembrou do amor jogado ao léu, que foi levado pelo Leo, e esse nunca mais encontrou.

25 de julho de 2008

Um dia desses

Encontrei as palavras abaixo no meu bloco de anotações, mas juro, eu não consigo lembrar da cena. Se você, caro amigo, souber quem é a pessoa que eu menciono, ou a própria pessoa se recordar, por favor, refresque minha memória.


Ontem um coleguinha de profissão virou e disse pra mim:

- Você já pensou em ser atriz?

Não fazia a menor idéia do por quê aquele sujeito estava perguntando isso pra mim. Fiz um minuto de silêncio e pensei: é claro que eu já pensei em ser atriz, senão nunca teria feito teatro (modesta parte fui uma boa aspirante-a-atriz, arranquei risos e choros em cima do tablado), mas como uma jornalista sã (ou quase), respondi:

- Não, nunca.

- Pois acho que devia investir. Você é linda e inteligente, ficaria bem na novela das oito.
- Hã?

Fiz cara de bosta! O cara não pode ter me falado que fico bem na novela das oito. Não pode ser verdade. Ou ele está de sacanagem grande comigo ou o sujeito está me cantando da forma mais grotesca.

24 de julho de 2008

Pra hoje

Na falta de tempo para produzir as crônicas do cotidiano, eu passo rápido para dizer que, hoje no Conjunto Nacional, na Av. Paulista, tem dois eventos gratuítos.
O primeiro é às 19h30 na livraria Cultura, com o show da Fabiana Cozza e autográfo do seu CD ‘Quando o Céu Clarear’.
Meia horinha depois, às 20h, tem pré-estréia no Cine Bombril do Filme “Era uma vez”, direção de Breno Silveira - o mesmo que dirigiu Dois Filhos de Francisco.

Programação boa e de graça, agora é só escolher o destino.

Axé, saravá, sorrisos largos e até lá.

22 de julho de 2008

21 de julho de 2008

Meu primeiro pocket-show

Havia um público, uma banda e gente me esperando, como sempre, eu estava atrasada e mal tinha aquecido a voz. Mas o repertório me dava segurança, porque um dia alguém me disse que, mais do que voz era preciso ter dramaticidade, sentir e viver a música. A voz vinha com o resto. Assim eu entrei naquele palco apertado, sorridente e nervosa, abrindo com a música “A vizinha do lado” de Caymmi. Eu senti que comecei dura, com a aparência de quem é mesmo novata no espaço, mas antes do meio da música eu já estava entregue a letra, a melodia e ao palco. Eu via pelos os olhos de quem me ouvia e assistia que a levada estava boa, e não deu outra, palmas e bis no final foram os presentes que a pequena platéia me deu.

Bem, talvez não seja bem assim que tenha acontecido, mas é assim que eu gosto de lembrar. Na verdade, a alusão acima é só resultado de um fato melhor temperado por mim. Sem banda e com um público que não me esperava, só me assistia, eu cantei no karaokê que encontrei perto de casa. Achei que estava na hora de matar a vergonha de cantar em público e colocar em prática toda as aulas de canto, por isso, decidi levar meu canto para outros cantos, além de banheiro, quarto, sala e cozinha da minha casa.

Comecei mesmo com “A vizinha do lado” de Caymmi, que pra minha surpresa, a música e a minha voz foram bem aceitas, as pessoas que estavam ali me aplaudiram. Agradecida dei um sorriso e fui saindo do pequeno palco, mas aquelas pessoas que nunca havia visto na vida me pediram pra voltar e cantar outra, (sim, eles pediram bis, dá pra acreditar?). Eu aceitei e nessa seqüência de pedidos cantei umas dez músicas.

Achei isso inusitado demais para um karaokê, mas eu aproveitei a voz colocada e recebi aquilo como meu primeiro pocket-show. Mesmo sem banda e sem um público meu, mas sim, com um público e música de karaokê. No final, quando fui acertar todas as músicas cantadas, a dona do bar me disse:

- Não precisa não, além de bom gosto, você tem a voz bonita. Volte amanhã!

Saí de lá sem gastar um pequeno tostão, e no dia seguinte eu voltei e voltei e voltei e vou voltar. Agora, está virando vício, todos os dias depois do trabalho eu passo no Karaokê, canto algumas músicas e vou feliz para casa.

Caetano Veloso já eternizou na sua música “Desde que o samba é samba”, o verso e a verdade dizendo que, “cantando eu mando a tristeza embora” e mais do que isso, cantar me faz um bem, por isso, vou fazendo diariamente do canto o meu verso, minha poesia, minha melodia, minha harmonia.

15 de julho de 2008

Duas amigas e uma dose de verdade

No metrô duas garotas jovens, bem vestidas, moderadamente sérias e parecidas, dividindo um fone de ouvido, dialogam.

- E aí? Alguma novidade?

Sorridente a amiga 2 responde para a amiga 1

- Sim, ele apareceu de novo.
- Ixi, e ai?
- Acho que vamos sair.
- Assim, fácil...
- Fácil?
- É, ele some e depois aparece e você o recebe com sorrisos.
- Não o recebi com sorrisos, disse que talvez.
- Mas ele não sabe desse talvez, sabe?
- Não sei, acho que sim.
- Como você combinou?
- Não combinei, disse que ia ver.
- Sei...
- É verdade, foi só isso, preciso ver ainda.
- Vê direito...
- Você diz isso porque não gosta dele.
- Não, digo isso porque ele está te usando.
- Ah, mas e...
- Você sabe disso!
- Humpft! Eu sei, mas e eu?
-Você o quê?
- Como eu fico?
- Sem ele, de preferência.
- Mas, e as minhas necessidades onde ficam?
- Você passou mais da metade da sua vida sem sexo, vai sobreviver alguns meses sem.
- Você está sendo bem otimista falando em meses.

Uma leve risada da amiga 1 e...

- Tem que ser, senão não te convenço.
- Mas se você partir do ponto que eu estou usando ele, hein? O que me diz?
- Não tem como partir desse ponto.
- Por quê não? Eu não posso querer só me divertir com ele?
- Pode, ou poderia se não tivesse se envolvido.
- Mas ele não sabe disso.
- Tem certeza?
- Sim.
- Eu não acredito, porque você está sempre disponível para ele.
- Claro que não, já recusei algumas vezes.
- Recusar ‘algumas vezes’ não é o suficiente.
- Mas assim como ele fez agora, eu também já o procurei o que, também, me deixa na posição de quem usa.
- Não, você fica na posição de quem é usada mesmo, porque a questão não é quem procura primeiro, mas quem vai embora.
- Hã?
- É, vocês ficam, mas sempre quem fica é você. Fica presa e esperando ele voltar, enquanto ele está sempre de passagem: chega, faz o check-in e vai embora.
- Rá-muito-obrigada! Sou a comissária ou o avião?

Com um leve sorriso a amiga 1 complementa.

-Seja quem você quiser, só não faça mais o chequin dele, ou pra ele. Enfim, sei lá.

Um minuto de silêncio, uma respiração forte da amiga 2 olhando pelo vidro os movimentos rápidos da paisagem urbana que o metrô revela, e a penúltima deixa da amiga 1.

- Meu, isso não tá certo. Você tem que tomar cuidado com você, é fácil pra ele, bom quando estão juntos, mas e você depois?
- Eu sei.
- Mas e agora, o que vai fazer?
- Não sei, isso eu não sei.

Mudei o meu destino só pra ver a história até o final. Depois disso, a viagem foi toda feita de silêncios e o som do MP3 que fazia a trilha da conversa cheia de verdade das amigas. Mas difícil será a decisão da amiga 2, porque mesmo sabendo da verdade, ela agiu como quem a escuta pela primeira vez. E a verdade se não dói, atinge e faz efeito.